Builder.ai entra em insolvência após fraude: startup britânica usou 700 engenheiros na Índia para desenvolvimento manual de código, disfarçado de automação. Investidores perderam US$ 445 milhões
A startup britânica Builder.ai declarou insolvência após investigações que expuseram a utilização de 700 engenheiros na Índia para o desenvolvimento manual de código, disfarçado como automação. A empresa, que captou mais de US$ 445 milhões de investidores, vendia uma plataforma que prometia montar aplicativos com a ajuda de uma assistente virtual chamada Natasha.
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O volume de profissionais envolvidos na tarefa foi estimado a partir de denúncias, análises de especialistas e documentos internos vazados. A operação, que se baseava em uma fachada de automação, envolveu a repassagem de solicitações de clientes para uma equipe na Índia, responsável pelo desenvolvimento do software.
Além da falsa automação, a Builder.ai se envolveu em um esquema contábil, conhecido como “round-tripping”, em parceria com a startup indiana VerSe Innovation. Entre 2021 e 2024, as duas empresas trocaram faturas de valores similares, com o objetivo de inflar as receitas apresentadas aos investidores.
Essa prática resultou em uma superestimação das vendas da Builder.ai, que atingiu até 300%. Em 2023, a credora Viola Credit congelou US$ 37 milhões da empresa após a não honra de dívidas. A companhia agora enfrenta um processo formal de insolvência no Reino Unido, com um administrador judicial responsável por tentar recuperar ativos.
As autoridades americanas abriram uma investigação e emitiram intimações para que a Builder.ai apresentasse documentos financeiros detalhados, políticas contábeis e listas de clientes. A empresa reconheceu inconsistências nas vendas históricas, mas não divulgou o tamanho exato das irregularidades.
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O caso da Builder.ai se soma a outras situações em que projetos de automação total dependem significativamente de trabalho manual remoto. A Amazon, por exemplo, abandonou o sistema “Just Walk Out” em lojas de conveniência, que utilizava sensores e câmeras, devido aos custos e falhas, substituindo-o por carrinhos com scanner e caixas de autoatendimento.
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