Alexandre de Moraes reage a petição do CNDH em ADPF das Favelas. Leia na íntegra no Poder360.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a Procuradoria Geral da República (PGR) apresentasse uma manifestação sobre uma petição enviada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) em relação à operação policial.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O prazo estabelecido para a resposta é de 24 horas. A petição foi protocolada na terça-feira (28.out.2025), juntamente com os autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) conhecida como “a operação das favelas”.
O documento do CNDH relembra os preceitos estabelecidos pelo acórdão do STF, incluindo o uso de câmeras corporais, a instalação de equipamentos de GPS nas viaturas, o uso proporcional da força e a presença obrigatória de ambulâncias em operações policiais.
O CNDH também apresentou imagens da operação e a repercussão da imprensa internacional. O Conselho solicitou que o relator do caso no STF, o ministro Luís Roberto Barroso, solicitasse uma prestação de contas do governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, com relação às seguintes informações: relatório circunstanciado sobre a operação; prévia definição do grau de força adequado e justificativa formal para sua realização; número de agentes envolvidos, identificação das forças atuantes e armamentos utilizado; número oficial de mortos, feridos e pessoas detidas; adoção de medidas para garantir a responsabilização em caso de eventuais abusos e violações de direitos, incluindo a atuação dos órgãos periciais para realização de perícia e identificação de vestígios de crimes, uso de câmaras corporais e câmeras nas viaturas; providências adotadas para assistência às vítimas e suas famílias, incluindo a presença de ambulâncias; protocolo ou programa de medidas de não repetição na forma da legislação vigente.
O Conselho ainda pediu que o Supremo adote medidas cautelares de monitoramento e fiscalização do cumprimento das determinações estabelecidas pelo acórdão da ADPF das Favelas, “em especial diante de mais um episódio de letalidade policial ocorrido no estado do Rio de Janeiro”.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Diante da manifestação do CNDH, Moraes deu um prazo de 24 horas para a Procuradoria se manifestar sobre a petição e “eventuais diligências complementares”. A ação está sem ministro responsável, conforme o artigo 18 da Corte, que estabelece a substituição do relator pelo Revisor, se houver, ou pelo Ministro imediato em antiguidade, dentre os do Tribunal ou da Turma, conforme a competência, na vacância, nas licenças ou ausências em razão de missão oficial, de até trinta dias, quando se trata de uma medida de deliberação sobre medida urgente.
A megaoperação Contenção foi deflagrada nas áreas densamente povoadas da zona norte da capital fluminense, regiões historicamente marcadas por confrontos entre forças de segurança e grupos criminosos. A operação resultou em pelo menos 64 mortos, dos quais 60 eram suspeitos de integrar o crime organizado e 4 eram policiais, incluindo o chefe da 53ª DP (Delegacia Policial de Mesquita), Marcus Vinicius.
A ação mira a facção CV (Comando Vermelho).
Outras 81 pessoas foram presas e 72 fuzis, uma pistola, 9 motos e ao menos 200 kg de drogas foram apreendidos. Segundo o governo do Estado, a operação mobilizou 2.500 policiais civis e militares, para o cumprimento de centenas de mandados prisão e de busca e apreensão nos complexos.
O governador Cláudio Castro 3 pedidos de ajuda às Forças Armadas em operações policiais no Estado. “Já pedimos os blindados algumas vezes e todos foram negados. Falaram que tinha que ter GLO [Garantia da Lei e da Ordem], porque o servidor que opera o blindado é federal.
E o presidente é contra a GLO. Cada dia nós temos uma razão de não emprestar e não colaborar. A gente entendeu que a realidade é essa”, declarou em entrevista a jornalistas.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Ricardo Lewandowski, afirmou que “tem atendido, prontamente, a todos os pedidos do governo do Estado do Rio de Janeiro para o emprego da Força Nacional no Estado, em apoio aos órgãos de segurança pública federal e estadual”.
O ministério afirmou ainda que, desde 2023, todas as 11 solicitações de renovação da FNSP (Força Nacional de Segurança Pública) foram acatadas.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!