A derrota do presidente argentino Javier Milei em Buenos Aires, em setembro, gerou preocupações no mercado em relação às operações do Mercado Livre no país. O BTG Pactual, controlador da EXAME, alertou para o risco de que a instabilidade política pudesse afetar investimentos e o desempenho recente da empresa, impulsionado pela melhora da economia e pelas reformas implementadas.

Mudanças na Percepção do Mercado

As eleições legislativas, que resultaram na vitória do partido A Liberdade Avanza (LLA) no último domingo, 26, alteraram parcialmente a visão do mercado. O Itaú BBA identificou empresas que poderiam se beneficiar dessa situação, com o Mercado Livre sendo uma delas.

Desempenho Financeiro e Perspectivas

No terceiro trimestre de 2025, a desvalorização do peso argentino em relação ao dólar impactou os resultados financeiros do Mercado Livre. Segundo Leandro Cuccioli, vice-presidente da empresa, “não muda o jogo”, independentemente do resultado das eleições, devido ao longo prazo do desenvolvimento do mercado latino-americano.

A operação argentina continua relevante, representando atualmente 19% da receita total do Mercado Livre, embora abaixo dos 23% do primeiro semestre. O ritmo de crescimento desacelerou, especialmente nos segmentos de lojas físicas e pagamentos via QR Code, devido à inflação e à perda de poder de compra na Argentina.

Crescimento em Vendas e Lançamento do Mercado Pago

Apesar da queda na receita, o número de itens vendidos na Argentina cresceu 34% em relação ao ano anterior, e o volume bruto de mercadorias (GMV) avançou 44%. O Mercado Livre também lançou o cartão de crédito do Mercado Pago em agosto, visando um mercado onde 60% da população adulta não possui cartão de crédito, mas 60% já utiliza o Mercado Pago como meio de pagamento.

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Cuccioli expressou otimismo em relação ao novo produto, destacando a vasta base de clientes e a experiência prévia no Brasil e no México, considerando o cartão de crédito como um fator chave para fidelização e monetização.