Índia e China lideram acesso a Wegovy e Mounjaro genéricos; medicamentos devem chegar em 2026.
O mercado de medicamentos para perda de peso está preparado para uma expansão significativa em escala global, com a expiração das patentes em mercados emergentes como China, Índia, Brasil e Turquia, conforme reportado pela The Economist. Essa mudança permitirá a disponibilidade de versões genéricas, com preços mais acessíveis, de tratamentos como o Wegovy, da Novo Nordisk, e o Mounjaro, da Eli Lilly, ampliando o acesso a uma classe de fármacos que se tornou um símbolo da nova indústria global para o controle da obesidade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na Índia, a procura por injeções de emagrecimento está crescendo rapidamente. Desde o lançamento do Mounjaro no país, em março, o tratamento se tornou o segundo medicamento de marca mais vendido em setembro, com entrega em domicílio em poucas horas.
O custo mensal, de cerca de US$ 180, é um quarto do preço cobrado nos Estados Unidos, mas ainda representa um desafio financeiro para a maioria da população local.
As patentes prestes a expirar impulsionam a concorrência e o acesso a medicamentos para perda de peso. A Federação Mundial da Obesidade estima que dois terços dos adultos obesos do mundo vivem em países de baixa e média renda. O uso de GLP-1, classe de medicamentos que inclui os produtos da Novo Nordisk e da Eli Lilly, era até recentemente restrito a países ricos, mas a abertura de mercado nos emergentes pode alterar esse cenário.
Analistas estimam que um quarto da população obesa global vive em nações onde a proteção de patentes terminará no próximo ano. O JPMorgan Chase projeta que o mercado indiano de GLP-1 suba de US$ 179 milhões em 2025 para US$ 1,5 bilhão em 2030, impulsionado também por subsídios do governo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na China, onde há o maior número de adultos obesos do mundo, o mercado também está se abrindo. Cerca de 20 medicamentos baseados em semaglutida aguardam aprovação regulatória.
Além de reproduzir fórmulas existentes, empresas chinesas estão desenvolvendo novas moléculas. Em junho, a Innovent, em parceria com a Eli Lilly, teve aprovado o mazdutida, que apresentou resultados equivalentes ao Mounjaro. A Novo Nordisk e a Regeneron também investiram mais de US$ 4 bilhões em acordos com empresas chinesas para licenciar novos tratamentos.
Versões em pílula ampliam o alcance global. As versões atuais de GLP-1 são administradas por injeções semanais, o que limita a adesão em alguns mercados. Tanto a Eli Lilly quanto a Novo Nordisk trabalham em alternativas em pílulas, que devem facilitar a distribuição em países com infraestrutura precária de refrigeração.
A consultoria Citeline estima que o mercado global de medicamentos para perda de peso alcance US$ 26 bilhões em 2025, o dobro do valor de 2024.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!