Ex-Assessor do STF, Tagliaferro, Envolvido em Acusações de Vazamento de Informações

O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão unânime, considerando o ex-assessor Eduardo Tagliaferro como réu. As acusações contra Tagliaferro envolvem o vazamento de informações sigilosas e uma suposta articulação com grupos antidemocráticos.

O caso se originou a partir de uma denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) e envolveu o ministro Alexandre de Moraes, que presidiu a Corte Eleitoral na época.

Tagliaferro trabalhou na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob a presidência de Moraes, até maio de 2023. Após sua demissão, ele teria fornecido diálogos sigilosos de servidores do STF e do TSE, com o objetivo de obstruir investigações.

A PGR alega que Tagliaferro participou de uma estratégia coordenada para comprometer a legitimidade das investigações contra um grupo que buscava praticar um golpe de Estado.

Detalhes das Acusações

As acusações contra Tagliaferro incluem: Violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, inserção de dados falsos em sistemas de informações e organização criminosa. Ele é acusado de integrar um grupo estruturado com o objetivo de cometer crimes graves.

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Situação Atual e Extradição

Tagliaferro reside na Itália desde julho de 2025, quando já estava sob investigação pela Polícia Federal. Uma audiência sobre sua extradição foi marcada para 17 de dezembro pela Justiça italiana.

Controvérsia e Defesa

A defesa de Tagliaferro criticou a decisão do STF, argumentando que Moraes proferiu voto sendo suspeito e impedido por lei. O advogado Paulo Faria afirmou que a vítima não pode julgar o seu algoz.

Moraes se defendeu das acusações, afirmando que não há elementos concretos que demonstrem interesse pessoal e que não se enquadra nas hipóteses legais de impedimento.

Após deixar o cargo, Tagliaferro teria entrado em contato com profissionais de imprensa para repassar informações internas. Em agosto de 2024, a Folha de S.Paulo divulgou reportagens com trechos de diálogos entre assessores e servidores do STF.

O ex-assessor sugeriu que Moraes havia vazado mensagens privadas de empresários para um veículo de imprensa, e utilizou a reportagem para ordenar buscas e apreensões contra eles. Após enfrentar críticas públicas, Moraes incluiu novas justificativas ao documento que embasou as buscas, mas depois que já tinham sido feitas.