Trump afirma que Israel perderia apoio dos EUA em anexação à Cisjordânia

Trump disse em entrevista à “Time” que Israel enfrentaria fim do apoio dos EUA na disputa pelo território palestino. Leia no Poder360.

3 min de leitura

(Imagem de reprodução da internet).

Cessar-Fogo em Gaza: Trump Intervém para Unir Países

Em entrevista à revista Time, divulgada em 23 de outubro de 2025, o ex-presidente Donald Trump (Republicano) detalhou seu papel na negociação do cessar-fogo na Faixa de Gaza. Segundo Trump, foi necessário “parar” o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), para que os esforços de paz avançassem. O acordo entrou em vigor em 13 de outubro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Intervenções de Trump

O republicano afirmou que líderes internacionais estavam se opunham ao governo, e que Israel estava se tornando impopular. Trump enfatizou que o mundo, incluindo potências fora da região, precisava se unir para que o acordo fosse concretizado. Ele descreveu a situação como “incrível”, destacando a importância da união dos países envolvidos.

Trump reconheceu que o ataque israelense ao Qatar, com o objetivo de atingir líderes do Hamas, foi um “erro tático” de Netanyahu, mas que esse mesmo erro facilitou a união dos países árabes em prol do plano de paz, que envolvia o Egito e a Turquia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Apoio e Alertas

O presidente norte-americano reiterou seu apoio a Benjamin Netanyahu durante a fase de trégua em Gaza, mas alertou sobre as ações de Israel na Cisjordânia. Trump proibiu o primeiro-ministro israelense de anexar a região, ameaçando cessar o apoio dos Estados Unidos a Israel caso o governo local descumpra a diretriz.

“Não vai acontecer [a anexação da Cisjordânia]. Não vai acontecer porque eu dei minha palavra aos países árabes. E vocês não podem fazer isso agora. Tivemos grande apoio árabe. Israel perderia todo o apoio dos Estados Unidos se isso acontecesse”, declarou o chefe da Casa Branca.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM!

Futuro do Oriente Médio

O acordo de paz, negociado por Estados Unidos, Qatar, Egito e Turquia, prevê a criação de um novo Estado Palestino após a reconstrução e estabilização da “nova Gaza”. Segundo o plano norte-americano, o território será governado por palestinos tecnocratas, sem a influência do Hamas.

Questionado sobre a possibilidade de Mahmoud Abbas (Fatah), presidente da Autoridade Palestina, liderar o futuro Estado, Trump disse acreditar que não. O republicano afirmou que Abbas é uma pessoa “razoável e amigável”, mas que ainda é cedo para opinar sobre o futuro da Palestina.

Outro nome considerado foi Marwan Barghouti, ex-líder do Fatah. Barghouti é o político mais popular da Palestina – englobando a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, mas está preso em Israel há mais de 20 anos, acusado de organizar atos “terroristas” contra cidadãos israelenses. Barghouti cumpre sentenças consecutivas de prisão perpétua e Israel vetou a sua inclusão no pacote de troca de prisioneiros palestinos por reféns mantidos pelo Hamas.

Trump disse que ainda avalia a soltura do líder palestino. “Eu tomaria uma decisão”, afirmou à Time.

Irã e Arábia Saudita

O republicano também voltou a dizer que o cessar-fogo em Gaza só foi possível pelo enfraquecimento do Irã após o ataque norte-americano às instalações nucleares do país persa em junho. Trump disse que agora o regime dos aiatolás “lutam para sobreviver” e não para desenvolver armas nucleares que ameacem a paz na região.

Sobre a Arábia Saudita, Trump disse acreditar que o país avançará no processo de normalização das relações diplomáticas com Israel. De acordo com o líder norte-americano, a monarquia saudita deve aderir aos Acordos de Abraão até o final deste ano.

Sair da versão mobile