O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta terça-feira (9) que os réus da ação penal do golpe empregaram a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para “deslegitimar a Justiça Eleitoral e o Poder Judiciário, lançar uma parcela da população contra o Poder Judiciário, contra as eleições, e, com isso, desacreditar a democracia e se perpetuarem no poder”. Moraes ressaltou que o grupo, a partir de julho de 2021, passou a utilizar a chamada Abin Paralela para criar uma narrativa falsa sobre as urnas.
Segundo Moraes, a organização criminosa usou ilegalmente a Abin para “a concepção do seu projeto de manutenção do poder sem a existência de freios e contrapesos por parte do poder judicial”.
O ministro ressaltou a caderneta apreendida com o general Augusto Heleno, contendo diversas anotações realizadas pelo réu, que se mostravam consistentes em diretrizes estratégicas, incluindo ações a serem implementadas pela organização criminosa, com ênfase na disseminação de desinformação. “Não é razoável considerar que um general, ministro do GSI, tenha agenda com anotações golpistas”, pontuou, destacando que a agenda possuía “anotações com o objetivo de deslegitimar o Judiciário e permanecer no poder”.
O ministro classificou os ataques às urnas como o “primeiro ato executório” do grupo em questão, ressaltando que, a partir desse momento, visava-se a contratação de hackers para “tentar atacar a lisura das eleições com uma sequência de atos executórios”. “Essa sequência é muito importante para demonstrar que não são fatos aleatórios, são fatos que foram planejados em órgãos, utilizando ilicitamente órgãos de Estado para restringir o poder judiciário e para se perpetuar o poder independentemente das eleições.”
Com informações do Estadão Conteúdo.
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Fonte por: Jovem Pan