Martinho da Vila e Emicida receberam, na última semana de novembro, o título de Doutor Honoris Causa, uma distinção acadêmica de alto valor concedida por universidades e instituições de pesquisa. Essa honraria celebra suas contribuições significativas para a cultura e a sociedade brasileira.

O sambista Martinho da Vila foi homenageado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) na quinta-feira, 27, no Rio de Janeiro. A instituição reconheceu a importância de sua discografia, que combina excelência estética, compromisso político e valorização da identidade cultural brasileira, especialmente da comunidade afro-brasileira.

O rapper Emicida recebeu a honraria da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) no sábado, 29, em Porto Alegre. A cerimônia fez parte da terceira edição do Festival UFRGS Negra, com o tema “A Universidade é Nóiz”, inspirado na frase do próprio artista.

Martinho da Vila, nascido em Duas Barras (RJ) em 1938, iniciou sua carreira musical na década de 1960. Ao longo de sua trajetória, lançou mais de 50 álbuns, com clássicos como “Canta Canta”, “Minha Gente” e “Disritmia”. O artista possui uma conexão com o universo científico, tendo se formado em química industrial na adolescência, o que influenciou sua obra.

Emicida, por sua vez, é reconhecido por sua produção musical e engajamento social. A proposta de concessão do título foi feita por coletivos estudantis e o Movimento Negro Unificado no Rio Grande do Sul.

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A decisão de conceder o título a Emicida considerou a potência transformadora da cultura hip-hop, a legitimidade dos saberes produzidos na diáspora africana no Brasil e o papel da juventude negra e periférica na construção de um país mais justo.

A universidade precisa dar conta das grandes questões e das grandes injustiças do nosso tempo e precisa, também, ser povoada pela presença das pessoas que foram historicamente excluídas.