Roubo de Joias “da Coroa” Reabre Críticas à Segurança em Museus Franceses

O Museu do Louvre, em Paris, permaneceu fechado nesta segunda-feira (20), um dia após o audaz roubo das joias “da Coroa”, evento que reacendeu o debate sobre a segurança nos museus franceses. Sessenta investigadores estão envolvidos na busca pelos responsáveis por este assalto, que ocorreu em oito minutos e gerou repercussão internacional.

As primeiras investigações sugerem a participação de organizações criminosas. O ministro da Justiça, Gérald Darmanin, admitiu falhas na proteção, afirmando que o incidente projeta uma imagem negativa do país. “É certo que falhamos”, declarou em entrevista à rádio France Inter.

O Louvre, um dos museus mais visitados do mundo, com nove milhões de visitantes anualmente, permaneceu fechado por segundo dia consecutivo, devido ao fechamento semanal da terça-feira.

Roubo das Joias “da Coroa”

O assalto ocorreu no domingo (19), enquanto o museu estava aberto. Por volta das 09h30 (04h30 no horário de Brasília), os criminosos utilizaram um guidão em uma das varandas do Louvre. Dois indivíduos subiram no guidão e, com uma motosserra, acessaram a Galeria de Apolo, encomendada por Luís XIV para celebrar sua glória como “Rei Sol”.

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Essa galeria abriga a coleção de joias “da Coroa”, que conta com quase 800 peças, incluindo nove peças do século XIX, incluindo a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III. Durante a ação, um dos criminosos vestia um colete amarelo, conforme relatado pela promotora parisiense Laure Beccuau, e os investigadores possuem um exemplar desse colete.

O ministro do Interior, Laurent Nuñez, classificou o assalto como obra de criminosos “experientes” e possivelmente “estrangeiros”. Durante a fuga, os ladrões abandonaram a coroa da imperatriz de origem espanhola, que ficou “danificada”, segundo Beccuau.

As oito joias roubadas possuem “um valor patrimonial inestimável”, de acordo com as autoridades. O Tribunal de Contas apontou que, durante o período de 2019-2024, o museu não conseguiu atualizar os equipamentos de proteção das obras.

A instituição destaca que, nos últimos anos, foram instalados sistemas de segurança nas salas que recebem obras de empréstimo de outros museus para exposições temporárias, em detrimento da coleção permanente. Nos últimos meses, também ocorreram roubos em outros museus da França, levando as autoridades a reforçarem a segurança nesta segunda-feira.

“Até onde chegará a desintegração do Estado?”, questionou Jordan Bardella, líder do partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), nas redes sociais, considerando o incidente uma “humilhação insuportável” para a França.

Não é a primeira vez que ladrões assaltam o Louvre. Em 1911, a Mona Lisa foi roubada, mas a obra foi recuperada meses depois e agora é exibida atrás de um vidro de segurança.

Com informações da AFP

Publicado por Nátaly Tenório