Haddad propõe reforma de bancos multilaterais e fundo florestal para atrair US$ 1,3 trilhões

Ministro da Fazenda lidera iniciativa global com 35 nações e defende agilidade bancária para liberar US$ 1,3 trilhões em financiamento climático.

13/10/2025 11:51

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Haddad propõe reforma de bancos multilaterais e fundo florestal para atrair US$ 1,3 trilhões
(Imagem de reprodução da internet).

Financiamento Climático: Prioridades Estratégicas Apresentadas em Brasília

Em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, delineou cinco prioridades estratégicas com o objetivo de ampliar o financiamento climático destinado aos países em desenvolvimento. A declaração foi feita durante a abertura da Pré-COP30, a última reunião ministerial que antecede a conferência principal, agendada para começar em 6 de novembro, em Belém.

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Mensagem Clara à COP30

Haddad enfatizou a construção de um caminho comum, caracterizado por ambição e realismo, visando assegurar que as finanças contribuam para a transformação ecológica necessária em escala global. A presença do ministro era aguardada e foi confirmada na noite anterior, 12 de outubro.

Círculo de Ministros de Finanças

Liderando o Círculo de Ministros de Finanças, uma iniciativa inédita proposta pela presidência brasileira da COP30, Haddad visa discutir mecanismos financeiros voltados ao clima. Desde abril, o Círculo funcionou como uma plataforma estruturada de consultas regulares ao longo de 2025, envolvendo ministérios da Fazenda, bancos multilaterais, sociedade civil, setor privado e organismos internacionais.

Mais de 25 Consultas e Grupos Consultivos

Realizadas foram mais de 25 consultas formais, apoiadas por três grupos consultivos que ofereceram orientação técnica, alinharam estratégias de investimento e asseguraram a inclusão de diferentes perspectivas na governança do financiamento climático. O relatório consolidou mais de 1.200 contribuições de países e instituições.

As Cinco Prioridades do Financiamento Climático

As cinco prioridades incluem aumentar os fluxos de financiamento concessional e os fundos climáticos, com previsibilidade e condições adequadas, sobretudo para adaptação e transição justa. Outra frente central é reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento, tornando-os mais ágeis, integrados e aptos a catalisar capital privado. O documento também defende fortalecer as capacidades domésticas e as plataformas de país, ampliando a coordenação institucional e a atratividade de investimentos sustentáveis.

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Inovação Financeira e Mobilização do Setor Privado

A agenda inclui ainda promover inovação financeira e mobilizar o setor privado, com instrumentos que reduzam riscos e multipliquem o impacto dos recursos disponíveis. Por fim, propõe aprimorar os marcos regulatórios do financiamento climático para garantir integridade, interoperabilidade e transparência.

Três Iniciativas para a Agenda de Ação

Além das prioridades, Fernando Haddad destacou três iniciativas desenvolvidas para a Agenda de Ação da COP30. A primeira é o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que propõe um modelo baseado em investimento, e não apenas em doações. A segunda é a Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, voltada à harmonização e interoperabilidade dos mercados regulados. A terceira é a Supertaxonomia, destinada a assegurar comparabilidade e integridade entre taxonomias nacionais, orientando investimentos sustentáveis.

Apresentação e Debate Internacional

O relatório final será apresentado nesta semana em Washington, durante os Encontros Anuais do Banco Mundial e do FMI. Em seguida, será debatido em São Paulo no começo de novembro. Por fim, o documento será formalmente entregue ao presidente da COP em Belém, como contribuição à construção do Mapa do Caminho de Baku a Belém para US$ 1,3 trilhão, compromisso de financiamento climático para países em desenvolvimento até 2035, definido na COP29.

Reunião Internacional e Compromissos

A Pré-COP de Brasília reúne delegações de 66 países e mais de 500 pessoas entre ministros, negociadores, representantes da sociedade civil e jornalistas. Embora a presidência brasileira tenha anunciado 72 delegações confirmadas, o número efetivo de países que enviaram representantes ao encontro ficou em 66. Entre as presenças estão nações-chave nas negociações climáticas, como China, Índia, União Europeia, Reino Unido e Austrália, além de países especialmente vulneráveis às mudanças climáticas, como Ilhas Marshall, Palau, Tuvalu, Vanuatu e Maldivas, e importantes economias emergentes.

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