Possível venda da Warner: cinema e shoppings em risco! Incertidão paira sobre futuro da Warner Bros. e impacta exibição de filmes e séries. Associações alertam para consolidação global
A incerteza paira sobre o futuro da Warner Bros., com especulações sobre uma possível venda para plataformas de streaming como Netflix ou Paramount. Essa transação, caso se concretize, intensificaria a pressão sobre o modelo de negócios já fragilizado das redes de cinema ao redor do mundo, incluindo o Brasil.
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A possibilidade de a venda ressaltar na indústria de shoppings, onde os cinemas ainda desempenham um papel relevante na atração de público, levanta preocupações sobre o futuro da exibição de filmes nas salas.
Associações do setor, como a Abraplex e a Feneec, alertam para um processo de consolidação global que concentra o poder de decisão em poucas plataformas. A venda da Warner, se ocorrer, poderia resultar na diminuição do ritmo de lançamento e duração comercial das obras, além de reduzir o tempo entre a estreia nos cinemas e a disponibilização nos streamings.
A Associação das Empresas Operadoras de Multiplex (Abraplex) e a Federação das Empresas Cinematográficas (Feneec) defendem uma regulamentação que estabeleça uma janela mínima de nove semanas (63 dias) como intervalo entre a estreia de um filme nas salas e a sua chegada aos streamings, atualmente o intervalo médio é de 45 dias.
A situação levanta questões sobre o impacto nos shoppings, onde os cinemas ainda atraem público para atividades de lazer. Em 2023, o lançamento de “Barbie”, pela Warner, gerou grande público nos cinemas e impactou positivamente as visitas e vendas nos shoppings, conforme relataram Multiplan e Iguatemi.
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No entanto, a venda da Warner para um serviço de streaming poderia espremer ainda mais as exibições nos cinemas, já que a produção de séries é mais vantajosa para as plataformas de streaming, pois prendem a audiência por mais tempo. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) aponta que as visitas aos shoppings estão 22% abaixo do visto em 2019, enquanto a bilheteria dos cinemas está 37% menor nessa mesma base de comparação.
Apesar disso, especialistas como Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da consultoria Gouvêa Malls, argumenta que o impacto da venda da Warner nos shoppings será limitado, pois o cinema responde por cerca de 8% do movimento de pessoas nos shoppings. Cláudio Sallum, sócio da Lumine, administrador e consultoria de shoppings, também considera que a experiência de combinar o cinema com compras e refeições é um hábito consolidado entre os brasileiros, o que pode mitigar o impacto da venda da Warner.
Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, acredita que os shoppings têm condições de se adaptar às mudanças no comportamento dos consumidores, mantendo sua relevância como centros de entretenimento e compras.
Em suma, a possível venda da Warner Bros. representa um momento crítico para o setor de cinema e shoppings. A transição para o streaming, impulsionada por grandes empresas de mídia, exige adaptação e novas estratégias para garantir a relevância dos cinemas e shoppings no cenário do entretenimento.
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