Wagner Moura reflete sobre política e cinema em Lisboa. Ator é homenageado no 19º Festival de Cinema Internacional. Declarações sobre “O Agente Secreto” e ceticismo em relação à esquerda e à direita
O ator Wagner Moura passou 24 horas em Lisboa, onde foi homenageado pelo 19º Festival de Cinema Internacional de Lisboa. A visita, que ocorreu na sexta-feira, 7 de novembro de 2025, foi para promover o filme “O Agente Secreto”, no qual ele é o protagonista, dirigido por Kleber Mendonça Filho. “Essa passagem é rápida.
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Eu pousei hoje e estou indo embora amanhã de manhã, mas é por conta do carinho que eu tenho por Paulo Branco [diretor do festival] e pelo amor que eu tenho por Portugal”, declarou o artista.
Durante a sua estadia, Wagner abordou temas como o filme “O Agente Secreto”, mas também se manifestou sobre questões políticas. Ele não considera a Venezuela, sob o comando do Partido Socialista Unido da Venezuela (esquerda), uma democracia e expressou ceticismo em relação à possibilidade de uma vitória da esquerda nas eleições de 2026. “A direita que está ao lado do ex-presidente (PL) chegará em 2026 ‘com força’”, afirmou.
O ator também comentou o sucesso de “Ainda Estou Aqui”, que recebeu grande apoio do público brasileiro. “Durante determinado momento, a extrema-direita fez com que os artistas brasileiros virassem os inimigos do povo. Eles conseguiram fazer isso e ainda conseguem, com falácia, com mentira, com ignorância, com desinformação”, disse.
Wagner enfatizou a importância da democracia para a cultura, afirmando: “Você só vai ver cultura enquanto houver democracia”.
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Wagner fez paralelos entre o filme “O Agente Secreto”, que se passa na ditadura militar brasileira, e os eventos recentes, incluindo o bolsonarismo. Ele destacou a importância de retratar a ditadura no cinema, comparando-a com a tentativa de golpe de 2022. “O Supremo Tribunal Federal julgando militares e um ex-presidente da forma que fizemos é inédito”, afirmou. “Quando o Supremo diz que esse atentado contra a democracia foi grave e que as pessoas que o provocaram têm que ir para a cadeia, eu acho que isso foi um momento extraordinário de fortalecimento das instituições brasileiras como eu nunca havia presenciado”, disse.
O ator expressou preocupação com a polarização política no Brasil e seu impacto nas eleições de 2026. “Infelizmente, eu acho que eles [bolsonaristas] vão para 2026 com força. Eu não sei se é com o [governador de São Paulo] [de Freitas (Republicanos)].
Não sei quem vai ser o candidato deles [direita]. Infelizmente, o Brasil e o mundo estão polarizados politicamente. E a polarização é, sem dúvida, o perigo maior para as democracias no mundo”, declarou. “Vai ser apertado. Não vai ser fácil. […] A direita é muito forte, mas o Lula vai se candidatar.
Ele é o maior brasileiro de todos os tempos. Estou para ver alguém bater aquele velho”, concluiu.
A passagem de Wagner Moura por Lisboa foi marcada por reflexões sobre a importância da democracia, a luta contra a polarização e a necessidade de valorizar a cultura. O ator reafirmou seu compromisso com a defesa das instituições e com a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária.
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