Zelensky negocia paz com líderes europeus e americanos. Propostas incluem congelamento de fronteiras e concessões territoriais. Reunião em Berlim e formação de comissão para compensar danos na Ucrânia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está conduzindo negociações de paz com líderes europeus e enviados americanos durante esta semana, buscando soluções para o conflito na Europa, o maior desde a Segunda Guerra Mundial. As discussões se concentram em cláusulas e mudanças que o país busca implementar.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A proposta original foi estruturada por negociadores americanos e russos. O plano inicial, com 28 pontos, exigia grandes concessões da Ucrânia: redução de 60% do exército, ceder mais território, proibição de certas armas e a proibição de tropas estrangeiras em solo ucraniano.
Além disso, o reconhecimento da região de Donetsk e Lugansk, assim como a Crimeia (anexada em 2014), como “reconhecidas de fato como russas, inclusive pelos Estados Unidos”, e a designação do russo como segunda língua oficial, foram propostos. Moscou também buscava a posse de outros territórios ucranianos, como Donbass.
A adesão da Ucrânia à Otan também foi vetada pela Rússia. A Ucrânia recebeu poucas e frágeis garantias de segurança da Rússia ou do Ocidente.
Na segunda-feira, 15, houve uma reunião de mais de 5 horas entre o presidente ucraniano e dois enviados americanos, Steve Witkoff e Jared Kushner (genro de Trump), na Chancelaria em Berlim. Witkoff, enviado especial de Trump, afirmou que “grandes avanços” foram feitos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A reunião foi realizada sob forte segurança.
Antes da reunião, Zelensky afirmou esperar que os Estados Unidos apoiassem a ideia de congelar a linha de frente, em vez de ceder toda a região leste do Donbass. No entanto, o negociador americano insistiu que a Ucrânia deveria abandonar a região.
Essa divergência continua sendo um ponto de tensão.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que um acordo para pôr fim à guerra na Ucrânia está mais próximo do que nunca. Líderes europeus propuseram uma “força multinacional” para garantir a paz. A confiança em Washington e na Otan está em declínio.
Na terça-feira, 16, Zelensky e outros líderes europeus chegaram em Haia, na Holanda, para negociar a formação de uma Comissão Internacional para compensar os danos causados pela guerra na Ucrânia.
A comissão tem como objetivo coletar fundos para reparar os danos, possivelmente usando ativos russos congelados. Mais de 80.000 entradas já foram registradas no Registro de Danos ucraniano, que inclui danos a bens e propriedades.
Mais de 35 países já indicaram seu apoio à comissão, que deve coletar suas assinaturas nos encontros desta terça-feira. O Banco Mundial estima que o custo de reconstrução, ao longo da próxima década, decerá ser de 524 bilhões de dólares.
Um levantamento do Instituto Internacional de Sociologia de Kiev (KIIS) revelou que 72% dos ucranianos estariam preparados para aceitar um plano que congelasse as linhas de frente atuais e envolvesse certas concessões. No entanto, 75% das pessoas acreditam que um plano amigável para a Rússia que incluiria ceder territórios ou reduzir o tamanho do exército sem garantias de segurança seria “completamente inaceitável”.
A insistência em eleições na Ucrânia, que é inconstitucional sob lei marcial, é vista de forma crítica pela população. A aprovação de Zelensky continua em 61%, resultado de como lidou com um escândalo que veio à tona no mês passado.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!