Vinho nacional ascende a categoria premium com evolução notável, impulsionando o mercado brasileiro.
O mercado de vinhos nacionais está passando por uma transformação notável, impulsionada pela crescente demanda por vinhos premium. Essa evolução se manifesta na oferta de opções sofisticadas, como “OpusOne”, “Seña”, “Catena Zapata Adrianna Vineyard River”, “Tinto Familia Deicas Tannat Massimo Deicas” e “Tignanello”, que geralmente ultrapassam os US$ 250,00. Essa tendência é impulsionada por produtores da Serra Gaúcha, Vale dos Vinhedos, Campanha, Serra Catarinense e Mantiqueira, que estão investindo em micro-vinificações, garrafas magnum e edições numeradas, elevando o valor dos vinhos a níveis de colecionador.
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A Serra Gaúcha, com seus terroirs específicos da Campanha Gaúcha – áreas com altitude moderada, solos bem drenados e amplitude térmica – e a Mantiqueira (São Paulo e Minas Gerais) são importantes focos dessa produção. As castas mais utilizadas para vinhos premium incluem Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Chardonnay, Tannat e assemblages bordalesas. A busca por vinhos excepcionais e de guarda tem levado os produtores a adotar práticas inovadoras, como a redução do rendimento por planta, a colheita manual de parcelas selecionadas e o controle rigoroso da temperatura durante a vinificação.
As vinícolas boutique, inspiradas nas filosofias de “minimal intervention / microvinificação”, estão explorando técnicas de vinificação em pequenos lotes e o uso de carvalho francês de primeiro uso. Além disso, a ênfase na qualidade e na escassez se traduz em garrafas mais pesadas, numeração de garrafas, caixas de madeira e rótulos com acabamento especial (hot-foil, verniz localizado), criando o chamado “fator escassez”, que influencia significativamente o preço do vinho.
Alguns exemplos de vinhos brasileiros que merecem destaque incluem: Pizzato – DNA 99 (Single Vineyard Merlot), Miolo – Lote 43 (corte Merlot e Cabernet Sauvignon), Viapiana VIA1986 Blend (corte Cabernet Sauvignon e Merlot), Casa Perini – Dona Carmo Brut (espumante / edição especial), Épico IX – Guatambu (corte de quatro uvas), Agripina – Nebbiolo Lote I – Villa Francioni, e Guaspari Terroir Cabernet Franc.
No mercado nacional, o segmento de premium/editions de colecionador está crescendo, sustentado por consumidores experientes, clubes de vinho e gastronomia de alto-padrão. Internacionalmente, a presença brasileira ainda é de nicho, mas tem recebido atenção em feiras, concursos e importadores que buscam “novidades do Hemisfério Sul”. Produtores que investem em qualidade de vinhedo e em métodos tradicionais (espumantes) têm melhor trânsito para exportação. A escassez não significa necessariamente qualidade, e a consistência das safras, pontuações e rastreabilidade são fatores cruciais para o sucesso.
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