Venezuela acusa os EUA de violarem águas territoriais e atacarem pescadores venezuelanos no Caribe
Militares americanos abordaram nove trabalhadores, conforme informações do governo.

O governo da Venezuela denunciou, no sábado (13), que um barco pesqueiro venezuelano, com nove pescadores de atum a bordo, foi atacado por fuzileiros navais, a bordo do destróier de mísseis da Marinha dos Estados Unidos, o USS “Jason Dunham”.
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De acordo com o comunicado do governo venezuelano, o ataque ocorreu na sexta-feira (12), a 48 milhas náuticas a nordeste da Ilha de La Blanquilla, situada em águas que pertencem à Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Venezuela.
A Marinha mobilizou 18 militares com armas de longo alcance que abordaram e tomaram a pequena embarcação por oito horas, interrompendo a comunicação e as atividades de pesca dos pescadores que realizavam a pesca autorizada de atum, em uma operação que não possui qualquer proporcionalidade estratégica e representa uma provocação direta pelo uso ilegal de meios militares excessivos, conforme relatou o governo venezuelano no comunicado.
O governo de Donald Trump tem aumentado a presença militar na região do Caribe, com o objetivo de “combater o narcotráfico”, através do envio de tropas, embarcações e submarinos equipados com armamento pesado.
Antes do início da operação militar, em agosto, o Departamento de Estado dos EUA elevou a recompensa pela prisão do presidente Nicolás Maduro para US$ 50 milhões. Sem apresentar evidências, a instituição governamental americana acusou o líder venezuelano de ser o líder do Cartel dos Sóis, uma suposta organização criminosa, sobre a qual não existem informações oficiais.
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Na última semana, as Forças Armadas da Bolivariana da Venezuela (FANB) divulgaram uma declaração oficial, segundo a qual o governo dos Estados Unidos pretende “fabricar um incidente de falso positivo” que serviria como “pretexto para justificar uma agressão militar” contra o país sul-americano. Na nota divulgada neste sábado, o governo venezuelano reiterou suas denúncias das provocações.
Aqueles que incitam essas provocações buscam um pretexto para justificar o aumento da guerra no Caribe, visando promover sua política falida de mudança de regime, que foi rejeitada pelo próprio povo americano. Ao expor seus soldados e oficiais como alvos e arriscar suas vidas novamente, eles estão revivendo a história de outros eventos que resultaram em guerras prolongadas, como a do Vietnã.
O ocorrido reflete o comportamento vergonhoso de setores políticos em Washington, que irresponsavelmente utilizam recursos militares caros e soldados treinados como justificativas para promover aventuras bélicas, prejudicando ainda seu próprio prestígio e honra militar por meio dessa manobra grotesca e exagerada.
As Forças Armadas estão em prontidão para defender a soberania nacional.
As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas continuam monitorando o incidente envolvendo o barco de pescadores e oferecem apoio aos trabalhadores afetados pelo ataque.
Por fim, o governo venezuelano solicitou ao governo de Donald Trump o fim das hostilidades e das ameaças contra seu país. “O governo venezuelano exige que os Estados Unidos cessem imediatamente essas ações, que colocam em risco a segurança e a paz do Caribe. Além disso, apela ao povo americano para que reconheça a gravidade dessas manobras e rejeite o uso de seus soldados como peças sacrificiais para sustentar os desejos de uma elite gananciosa e predatória”, afirma a nota.
O país reafirma seu compromisso com a paz e seguirá defendendo sua soberania e a segurança de suas águas contra qualquer ameaça.
Fonte por: Brasil de Fato