Vanke adia dívida de US$ 283 milhões, gerando preocupação no mercado chinês. Governo pode não oferecer apoio financeiro à gigante imobiliária.
A Vanke, um dos maiores grupos imobiliários da China, gerou preocupação no mercado ao propor, pela primeira vez, o adiamento do pagamento de uma dívida local. A decisão, considerada um sinal de vulnerabilidade inesperada, levanta questões sobre o nível de apoio financeiro que o governo chinês está disposto a oferecer às grandes incorporadoras do país.
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O comunicado oficial, enviado à câmara de compensação de Xangai na noite de quarta-feira, detalhava a intenção da Vanke de postergar o pagamento de um título de 2 bilhões de yuans (aproximadamente US$ 283 milhões), com vencimento previsto para 15 de dezembro.
Uma reunião com os investidores que detêm o título está agendada para 10 de dezembro.
O pedido de adiamento da Vanke indica que o governo central pode ter se recusado a fornecer assistência financeira à empresa. A Shenzen Metro Group, que detém um terço da Vanke e já havia concedido empréstimos de bilhões de yuans, busca apoio em Pequim. “Há rumores de que Shenzhen procurou ajuda em Pequim, o que sugere dois cenários: ausência de resgate por parte da acionista ou falta de apoio governamental central”, afirmou Yao Yu, fundador da agência RatingDog, conforme reportado pela Reuters.
Os problemas financeiros da Vanke, historicamente uma das maiores incorporadoras da China, servem como um indicador da tolerância do governo em intervir no setor imobiliário, que tem exercido pressão sobre a economia chinesa. A empresa enfrentou uma forte pressão no mercado, com vendas maciças de ações e títulos na semana anterior.
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Os ativos da empresa sofreram queda acentuada, com negociações temporariamente suspensas. O bônus em dólar com vencimento em 2027 caiu para cerca de 40 centavos de dólar, e as ações listadas em Hong Kong recuaram 6,3%, atingindo o menor patamar em mais de um ano.
Apesar de alguns títulos com vencimento próximo ainda serem negociados próximos ao valor de face, indicando uma esperança de pagamento, a situação da Vanke levanta preocupações. Analistas preveem que os preços das casas continuarão a cair por pelo menos dois anos.
A Fitch Ratings estima uma possível queda de 15% a 20% na área construída antes de qualquer estabilização.
Diante da crise, os reguladores chineses intensificam o monitoramento das emissões, buscando irregularidades e falhas de transparência, especialmente em casos de inadimplência entre incorporadoras. Segundo Li Gen, do Beijing G Capital, um calote da Vanke teria um impacto direto na eficácia das políticas de resgate e poderia acelerar a queda dos preços das casas, além de questionar a credibilidade de outras incorporadoras estatais.
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