Valdemar defende posse do relatório sobre urnas, diz ser “contradição” não ter denúncia

Defesa de presidente do Instituto Voto Legal alega que líder do PL era proprietário do relatório de falhas em urnas.

14/10/2025 18:37

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Valdemar defende posse do relatório sobre urnas, diz ser “contradição” não ter denúncia
(Imagem de reprodução da internet).

Tentativa de Golpe de Estado: Advogado Aponta Contradição na Ausência de Denúncia Contra Presidente do PL

O advogado Melillo Dinis do Nascimento, representante do réu Carlos César Moretzsohn Rocha no núcleo 4 da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, destacou uma “contradição evidente” na ausência de denúncias contra o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Em depoimento em 14 de outubro de 2025, Nascimento argumentou que a falta de acusações contra Costa Neto é um ponto “inusitado”, considerando que ele era a única pessoa com quem Moretzsohn Rocha conversava.

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Instituto Voto Legal e a Auditoria das Urnas Eletrônicas

Moretzsohn Rocha foi contratado pelo PL para realizar auditorias nas urnas eletrônicas em 2022. O advogado enfatizou que seu cliente cumpriu um papel técnico, comparando-o a um “médico que realiza um check-up anual”. Ele ressaltou que o contrato incluía uma cláusula de exclusividade e direito autoral, impedindo a divulgação pública de conclusões políticas. Segundo Nascimento, o material pertencia ao partido e a Costa Neto, e não ao seu cliente.

Investigação sobre o Uso da Abin e Espionagem

A Procuradoria Geral da República (PGR) investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como parte de uma estrutura de contrainteligência para favorecer o plano de ruptura institucional. O policial federal Marcelo Bormevet, da Abin, atuava como assessor do diretor-geral Alexandre Ramagem, também réu no núcleo 1. Bormevet teria solicitado a Giancarlo Rodrigues, outro agente da Abin, o uso do programa de espionagem First Mile para monitorar adversários e aliados do ex-presidente.

Atores Envolvidos e Acusações

Os réus no núcleo 4 incluem Ailton Moraes Barros, Ângelo Denicoli, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Reginaldo Abreu, Marcelo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha. A PGR aponta que o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto, orientou o grupo a realizar campanhas ofensivas contra comandantes militares contrários ao golpe, rotulando-os como “traidores da pátria”. A investigação também revela que o grupo discutiu o uso de softwares de espionagem contra o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, mas recuou devido à “ilicitude da ação”.

Instituto Voto Legal e a Manipulação das Urnas

A PGR atribui ao Instituto Voto Legal, comandado por Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, a produção de um relatório “enviesado e manipulado” para sustentar alegações infundadas de fraude nas urnas eletrônicas. O documento foi encomendado pelo PL e usado para reforçar a tese de que o sistema eletrônico de votação era inseguro. A acusação sustenta que o grupo produzia e disseminava conteúdo falso de forma massiva, buscando enfraquecer a confiança nas instituições e angariar apoio popular à ruptura institucional.

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