Valdemar defende posse do relatório sobre urnas, diz ser “contradição” não ter denúncia

Defesa de presidente do Instituto Voto Legal alega que líder do PL era proprietário do relatório de falhas em urnas.

14/10/2025 18:31

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Valdemar defende posse do relatório sobre urnas, diz ser “contradição” não ter denúncia
(Imagem de reprodução da internet).

Tentativa de Golpe de Estado: Advogado Aponta Contradição na Ausência de Denúncia Contra Presidente do PL

O advogado Melillo Dinis do Nascimento, representante do réu Carlos César Moretzsohn Rocha no núcleo 4 da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado, destacou uma “contradição evidente” na ausência de denúncias contra o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto. Em depoimento em 14 de outubro de 2025, Nascimento argumentou que a falta de acusações contra Costa Neto é “inusitada” e merece atenção. A investigação, conduzida pelo núcleo 4 da Polícia Federal, busca responsabilizar indivíduos envolvidos na disseminação de desinformação e ataques virtuais durante o período eleitoral.

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Instituto Voto Legal e a Auditoria das Urnas Eletrônicas

Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, foi contratado pelo PL para realizar auditorias nas urnas eletrônicas em 2022. Segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), Moretzsohn Rocha sabia das inconsistências das alegações de fraude, mas teria vazado um documento que serviu para o PL solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que questionasse a segurança do sistema eletrônico de votação. O advogado de defesa argumenta que o contrato estabelecia uma cláusula de exclusividade e direito autoral, impedindo a divulgação pública de conclusões políticas.

Uso da Abin e Espionagem

A investigação também aponta o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) como ferramenta de contrainteligência para favorecer o plano de ruptura institucional. O policial federal Marcelo Bormevet, atuando na Abin, teria solicitado a Giancarlo Rodrigues, também da agência, o uso do programa de espionagem First Mile para monitorar adversários e aliados do ex-presidente. A PGR afirma que Bormevet e Rodrigues elaboraram e divulgaram conteúdos falsos sobre os ministros Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, buscando desacreditar esses juristas e enfraquecer o processo eleitoral. A investigação demonstra uma tentativa de manipulação da informação e de vigilância em massa.

Atores Envolvidos e Acusações

O núcleo 4 da investigação envolve diversos militares e policiais federais, incluindo Ailton Moraes Barros, Ângelo Denicoli, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Reginaldo Abreu e Marcelo Bormevet. A PGR os acusa de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A atuação do ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto, que teria orientado o grupo a realizar campanhas ofensivas contra comandantes militares contrários ao golpe, também é alvo de investigação. A complexidade da trama demonstra a amplitude do ataque à democracia.

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