Pesquisadores da Unesp identificam impacto do estresse social no cérebro e comportamento de camundongos. Estudo da FAPESP revela resiliência em fêmeas adultas.
Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) comprovaram que o estresse social, quando observado sem envolvimento direto, pode influenciar o cérebro e o comportamento, variando de acordo com o sexo biológico, idade e intensidade do estresse.
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A pesquisa, publicada na revista Physiology & Behavior, utilizou camundongos para investigar os efeitos do estresse social. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) financiou o estudo. Os resultados indicam que o estresse é mais intenso em animais jovens.
O estudo revelou que fêmeas adultas apresentam maior resiliência ao estresse em comparação com os machos. Essa diferença foi observada em análises comportamentais e cerebrais. A pesquisa contribui para uma compreensão mais profunda de como o estresse afeta a saúde mental, considerando fatores como idade e sexo.
Para simular situações de estresse social, os pesquisadores utilizaram o teste WSDS (Witness Social Defeat Stress), que envolve a observação de um animal (testemunha) sendo intimidado por outro (intruso). Os animais permaneciam em uma caixa separada por uma barreira transparente.
O teste durava 10 dias, com repetições e avaliações posteriores para medir respostas relacionadas à depressão.
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O estudo considerou um grupo-controle com interações pacíficas. Além de incluir fêmeas nos testes, os pesquisadores avaliaram camundongos adultos e jovens, reavaliando os animais jovens na fase adulta. Os resultados mostraram que os animais jovens apresentaram respostas mais robustas associadas à depressão.
Em análises específicas, machos e fêmeas reagiram de forma distinta, indicando diferenças comportamentais.
As fêmeas apresentaram menor ativação na amígdala e no hipocampo, enquanto os machos não. Nos animais jovens, as mudanças comportamentais afetaram ambos os sexos, mas sem alterações cerebrais. A adaptação do protocolo do teste WSDS para fêmeas, que não exibem comportamentos territorializados como os machos, permitiu induzir o estresse apenas pela observação.
As fêmeas adultas demonstraram sinais de resiliência ao estresse, com melhora em testes de medo de objetos novos e menor ativação em áreas cerebrais associadas ao estresse.
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