Uma nova rosa popular surge no canteiro Paraíba

Por Cleudo Gomes*

Continuarei com a reflexão, recorrendo à declaração da ministra Carmem Lúcia no recente julgamento do inominável no Supremo Tribunal Federal, que afirmou: “Eu gosto da rosa democrática. Então, eu continuarei todos os dias, como eu acho que todo mundo que seja responsável por esse canteiro brasileiro, ser responsável todos os dias por cuidar dessa planta, porque erva daninha cresce sem cuidado, roseira não. Democracia é assim.”

Assim, irei parafrasear a ministra e declarar que, no estádio Paraíba, o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras está cultivando novas roseiras.

Na data de 6 de setembro, na antecedência do Dia da Independência do Brasil, Josenilton Feitosa, militante e professor, assumiu a presidência do Diretório de João Pessoa, um indivíduo negro que dedicou sua atuação social ao Partido dos Trabalhadores da Paraíba.

Esta semana, diversos órgãos em todo o estado da Paraíba realizaram a cerimônia de posse dos novos presidentes e diretorias dos Diretórios Municipais. No dia 10 de setembro, o jovem Pedro Netho tomou posse como novo Presidente do PT de Campina Grande, uma nova e promissora liderança que surgiu na Rainha da Borborema e que tem conquistado a todos na Paraíba. Ele personifica pureza, juventude, energia, variedade, harmonia entre gerações, determinação, além do compromisso com a proteção ambiental, e acima de tudo, representa o “respeito acima de tudo”.

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A última frase do parágrafo anterior foi o primeiro slogan da campanha da líder do movimento trans, Fernanda Benvenutty, antiga companheira do PT. Dito isto, recebo o novo presidente do PT Campinense na luta pelos direitos humanos da população LGBTQIA+. Sua trajetória e origem na periferia de Campina Grande o legitimam para nos defender das “ervas daninhas” bolsonaristas e conservadoras, tanto de sua cidade quanto do estado.

Assistir ao discurso de posse do Companheiro Pedro Netho no Sesc Centro em Campina Grande foi uma das melhores apresentações que presenciei. Conhecê-lo, como filho único com uma trajetória de vida notável aos 25 anos, é motivo de orgulho e emoção para todos nós.

Pedro Netho nasceu às margens da BR-230, em Santa Terezinha, na estrada para Campina Grande. Na infância, observava os veículos que transitavam por aquela via. Graças às estradas da vida, utilizou o ônibus “Amarelinho”, que transportava os sonhos do jovem em direção à universidade. Posteriormente, Pedro concluiu o curso de Ciências Sociais e atualmente estuda Psicologia na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Em Campina Grande, Pedro Netho ascendeu como uma jovem liderança no movimento de juventudes. Ele é resultado dos programas educacionais dos governos do PT, sob a condução do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ex-presidente Dilma Rousseff.

Conheça, Pedro Netho, que você é um verde rosa, cuja combinação de cores evoca a Estação Primeira de Mangueira, escola de samba do coração da Benvenutty, que criou o “Grêmio Recreativo Unidos do Róger” com as mesmas cores.

Você é semente do legado de luta e suor de Fernanda Benvenutty, do educador popular Luciano Bezerra Vieira, da vereadora Marielle Franco, do ambientalista Chico Mendes, da sindicalista Margarida Maria Alves, do ativista do movimento negro João Balula, do educador Paulo Freire e de inúmeros outros educadores e educadoras populares, que também foram lideranças em seus tempos e que, atualmente, observamos em sua juventude a esperança de dias e anos melhores.

A democracia brasileira persiste. Urge renovar as lideranças do PT e dos partidos de esquerda no país. No dia 12 de setembro, o jovem Bruno Aldrin, multiartista e técnico ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), assumiu a presidência do PT de Lucena. Atualmente, ele também é radialista e trabalha na Associação Cultural Balaio Nordeste em João Pessoa.

Na manhã do dia 13 de setembro (sábado), a deputada estadual Cida Ramos tomou posse como presidenta do PT na Paraíba, uma figura com uma trajetória pessoal e profissional notável. Cida Ramos é professora concursada da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), proveniente do movimento sindical, e exerceu a presidência da Associação dos Docentes da UFPB. Conhecida carinhosamente como Cida, natural de Sapé/PB, aprendeu desde cedo a enfrentar as dificuldades da vida. A professora Cida Ramos é uma pessoa com deficiência (PCD) e tem defendido temas relacionados à inclusão social, seja na universidade, na ADUF, na Assembleia Legislativa da Paraíba ou no PT. Cida Ramos liderará o partido em um dos processos eleitorais mais complexos da história do PT, tanto em nível local quanto nacional. A reeleição do Presidente Lula na Paraíba exigirá da nova presidenta, sensibilidade, forte articulação política nos bastidores, além de austeridade e sabedoria. A companheira Cida Ramos contará com um novo diretório estadual que também renovou seus quadros com novas forças políticas, especialmente vindas do interior do estado.

É gratificante abordar as recentes rosas democráticas provenientes da juventude petista, como Pedro Netho de Campina Grande e Bruno Aldrin de Lucena, mas também a renovação do PT com seus próprios quadros políticos tradicionais que, em 2025, alcançaram a presidência do partido, por exemplo, o professor Josenilton Feitosa no Diretório Municipal de João Pessoa e a professora Cida Ramos que assume a presidência do PT da Paraíba.

Celebra-se o retorno da democracia interna do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras nesta semana da vitória da democracia e da justiça brasileira, em memória daqueles que perderam a vida na pandemia da COVID-19. Não há anistia para golpistas.

Cleudo Gomes é educador popular e ativista dos Direitos Humanos, doutorado em Educação, na linha de Educação Popular/PPGE/UFPB.

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Fonte por: Brasil de Fato