Lula discute moeda alternativa e expectativa de encontro com Biden enfraquece. Casa Branca foca em temas comerciais.
A Casa Branca anunciou na quinta-feira (23) a programação oficial do presidente Donald Trump para sua próxima viagem à Ásia, que iniciará na sexta-feira (24). O cronograma não contempla uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a passagem do republicano pelo continente asiático. A ausência do presidente Lula na agenda oficial intensifica o clima de tensão diplomática entre Brasília e Washington, considerando as divergências em relação a questões de política internacional, comércio e declarações recentes do petista.
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O governo brasileiro havia buscado uma reunião bilateral entre Lula e Trump, visando uma reaproximação e um novo posicionamento do Brasil no cenário global. Contudo, declarações recentes de Lula em eventos internacionais geraram desconforto na Casa Branca e no entorno de Trump. Uma das críticas se baseava na defesa de uma moeda alternativa ao dólar para o comércio entre países emergentes.
“É necessário uma moeda que não dependa do dólar para as negociações internacionais, pois o mundo não pode continuar sob o controle de uma única moeda controlada por um país”, afirmou Lula em setembro, durante um evento do G77 em Havana. Essa declaração foi interpretada por diplomatas americanos como uma crítica direta à influência financeira dos Estados Unidos, o que contrasta com a política econômica de Trump, focada no fortalecimento do dólar e na indústria americana.
Um assessor próximo ao presidente Trump declarou à imprensa local que “o ex-presidente não esquece críticas pessoais e prioriza resultados concretos para os Estados Unidos”. A viagem de Trump tem como objetivo principal alcançar acordos econômicos e estratégicos, buscando novos investimentos e empregos para os Estados Unidos.
A partida de Washington está prevista para a manhã de sexta-feira (24), com destino à Malásia, onde Trump participará da Cúpula da ASEAN. A viagem deve durar aproximadamente 20 horas.
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Malásia: Chegada prevista para a tarde de sábado (25), com agenda que inclui uma reunião bilateral com o primeiro-ministro da Malásia e um jantar de trabalho com líderes da ASEAN. O foco será nos esforços de paz entre Tailândia e Camboja, além de negociações comerciais com China e Japão.
Japão: Na segunda-feira (27), Trump se reunirá com a primeira-ministra Sanae Takaichi. A visita terá duração de três dias, com ênfase em investimentos e alianças comerciais, incluindo um acordo de US$ 550 bilhões em novos investimentos norte-americanos.
Coreia do Sul: Após o Japão, Trump se dirigirá a Seul, onde participará da Cúpula da APEC (29 e 30 de outubro). Está prevista uma reunião com o presidente Xi Jinping, da China, para discutir tensões comerciais, exportações de minerais raros, compras de soja americana, redução de precursores de fentanil e parcerias automotivas.
Interlocutores do Itamaraty ainda esperam uma possível atualização na agenda, com a possibilidade de um encontro informal entre Lula e Trump durante os eventos multilaterais na Ásia, mesmo que fora do roteiro oficial. A Casa Branca nega qualquer alteração na programação até o momento, enfatizando que a viagem está focada em resultados econômicos e estratégicos, buscando grandes acordos e novos empregos para os Estados Unidos.
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