Trump propõe cessar-fogo e retirada de Israel em meio a 60 mil mortos em Gaza
Conflito humanitário causa crise: mais de 60 mil mortos no enclave palestino; EUA propõem cessar-fogo, retorno de reféns e saída de tropas israelenses.

Negociações de Paz em Sharm el-Sheikh Buscam Cessar-Fogo em Israel e Gaza
Em meio ao segundo ano de conflito entre Israel e o Hamas, em 7 de novembro, avançam negociações de paz em Sharm el-Sheikh, no Egito. Delegações israelenses e palestinas se reúnem para discutir um plano de cessar-fogo elaborado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A proposta americana inclui a liberação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas, a retirada gradual das tropas israelenses de Gaza e a formação de uma administração interina no território.
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Plano de Paz Americano
O Hamas aceitou parte das condições, incluindo abrir mão do controle político de Gaza e trocar os 48 reféns remanescentes por cerca de 2 mil prisioneiros palestinos. No entanto, o grupo não mencionou o desarmamento nem a supervisão internacional prevista no plano – pontos considerados essenciais por Israel.
Cenário Humanitário Catastrófico
O conflito, iniciado em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando mais de 250, resultou em uma crise humanitária. A Organização das Nações Unidas (ONU) e organismos internacionais descrevem o cenário em Gaza como catastrófico. Em agosto, o Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC) declarou estado de fome em Gaza. Mais de meio milhão de pessoas enfrentam condições “catastróficas”, sem acesso regular a comida, água e medicamentos.
Reagindo à Crise
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a privação alimentar como um “crime de guerra” e cobrou um cessar-fogo imediato. O governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, nega as acusações e atribui a crise à “má gestão do Hamas”. A destruição é quase total: estima-se que quatro em cada cinco edifícios do enclave tenham sido danificados ou destruídos. O Banco Mundial calcula os prejuízos em cerca de US$ 30 bilhões. Com o colapso da economia, o desemprego chega a 80% e quase toda a população depende de ajuda humanitária.
Isolamento Diplomático de Israel
Durante o segundo ano da guerra, Israel ampliou ataques a alvos ligados ao Hamas em países como Síria, Irã e Catar, o que aumentou seu isolamento diplomático. Países árabes que mantinham relações recentes com Tel-Aviv – como Emirados Árabes, Bahrein e Marrocos – expressaram desconforto. O Egito, que historicamente atua como mediador, chegou a chamar Israel de “inimigo” em setembro. Países como Brasil, Reino Unido, França, Irlanda, Canadá e Espanha estão entre os mais de 140 que reconhecem o Estado Palestino.
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Pressões Internas e Propostas de Paz
Internamente, Netanyahu enfrenta protestos diários que pedem o fim da guerra e a liberação dos reféns. Ele tenta equilibrar-se entre as pressões populares e as resistências de aliados ultranacionalistas, como os ministros Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich, contrários a um cessar-fogo. Donald Trump tenta se consolidar como mediador do conflito, enviando seu genro, Jared Kushner, e o enviado especial Steve Witkoff ao Egito para acompanhar as negociações. Trump afirmou que o Hamas está “pronto para uma paz duradoura”, mas diplomatas envolvidos nas tratativas ressaltam que ainda há incertezas sobre os pontos mais sensíveis – sobretudo o desarmamento e a governança futura de Gaza.
Publicado por Felipe Dantas
Reportagem produzida com auxílio de IA