Donald Trump usa tarifas como ferramenta de negociação, impactando países como Brasil, Colômbia e China. Estratégia arbitrária causa complexidade em negociações globais
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou uma estratégia de negociação que se baseia no aumento de tarifas como principal ferramenta para obter vantagem sobre países considerados adversários. Essa abordagem se aplicava tanto em questões relacionadas ao comércio quanto em outras áreas.
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A eliminação de dúvidas, segundo o próprio Trump, era garantida pela veiculação de um comercial anti-tarifa produzido pela província de Ontário nos Estados Unidos.
O anúncio do primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, citou o ex-presidente Ronald Reagan, que em 1987 criticou o uso de tarifas gerais como arma de política comercial. A situação demonstra que países que negociam com os Estados Unidos enfrentam uma situação complexa.
Para lidar com essa situação, os países devem estar preparados para negociar com uma mentalidade transacional, buscando identificar o que podem oferecer em troca. Além disso, devem estar preparados para que, no último momento, o presidente dos EUA exija mais, mantendo uma contrapartida pronta.
Existe também um terceiro fator de risco: os Estados Unidos utilizam tarifas retaliatórias, mesmo em questões aparentemente não relacionadas ao comércio.
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Tradicionalmente, as tarifas eram usadas para corrigir desequilíbrios comerciais e proteger o mercado interno. No entanto, com a política de Trump, as tarifas se tornaram uma ferramenta flexível e imprevisível. O presidente se reserva o direito de mudar de ideia e lançar novas tarifas, mesmo após ter negociado um acordo comercial.
Algumas das tarifas de Trump possuem alguma lógica geopolítica. Por exemplo, a tarifa sobre a compra de petróleo da Rússia reflete a disputa entre os países. Também pode-se argumentar que a tarifa visava interromper a guerra Rússia-Ucrânia, embora essa seja uma interpretação controversa.
Em outros casos, o propósito das tarifas permanece difícil de compreender. O caso do Brasil, onde Trump considera inadequado o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ilustra a imprevisibilidade da política de Trump. A tarifa sobre o Brasil reflete preocupações com ataques a eleições livres e direitos fundamentais.
A situação se repete com a Colômbia, onde a crítica de Gustavo Petro aos bombardeios de Trump contra traficantes de drogas resultou em tarifas elevadas. A lista de países afetados pela política de Trump é extensa, evidenciando a natureza arbitrária da estratégia.
A única exceção à regra foi a China, onde Xi Jinping conseguiu dominar a negociação, deixando Trump com uma redução nas tarifas. A situação demonstra a complexidade de lidar com a política de Trump, que se baseia em decisões unilaterais e ameaças constantes.
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