Ações de empresas do setor de cannabis sobem com possível flexibilização por Trump. Tilray e Canopy Growth lideram alta no pré-mercado. Reclassificação da maconha pode impulsionar setor
As ações de empresas do setor de cannabis apresentaram um aumento significativo nas negociações desta sexta-feira, 12, impulsionado por relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja flexibilizar as restrições federais à maconha.
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O jornal Washington Post divulgou informações sobre a possível reclassificação da planta, que poderia resultar em um nível de controle menos rigoroso, similar ao de alguns analgésicos de uso controlado, como esteroides e medicamentos contendo codeína.
Essa mudança no status da maconha, que a retiraria do grupo de controle mais severo, atualmente compartilhado com substâncias como heroína e LSD, abriria caminho para regras tributárias mais favoráveis, novos investimentos e um crescimento no setor.
A reclassificação também facilitaria pesquisas e reduziria as barreiras regulatórias, embora não representasse uma legalização federal da substância.
A notícia gerou uma reação positiva no mercado. A empresa Tilray Brands registrou um aumento superior a dois dígitos, enquanto a canadense Canopy Growth disparou mais de 33% no pré-mercado. A Innovative Industrial Properties avançou mais de 6%, e o ETF Amplify Seymour Cannabis (CNBS) apresentou alta superior a 19%.
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De acordo com o Washington Post, Trump discutiu o tema com o presidente da Câmara, Mike Johnson, e com executivos do setor. Apesar do ceticismo inicial de Johnson, o presidente dos EUA manifestou a intenção de seguir com a reclassificação. Essa medida continuaria o processo iniciado no governo de Joe Biden, quando autoridades de saúde recomendaram a mudança em 2023, embora a proposta tenha ficado travada na DEA, órgão federal do Departamento de Justiça americano, antes da transição de governo.
Analistas consideram que a decisão pode ser um ponto de virada para empresas do setor, que têm enfrentado dificuldades desde a abertura do capital há cerca de sete anos. As ações da Tilray, por exemplo, apresentavam uma queda de 36% em 2025 antes do recente aumento.
O ETF Amplify Cannabis também demonstrava um desempenho negativo nos últimos cinco anos, mesmo após a recuperação diária.
Ed Groshans, analista do Compass Point, avaliou que a reclassificação era uma questão de tempo, classificando o movimento como positivo para o setor. Ele projeta que, caso Trump formalize a ordem em janeiro, a DEA poderá finalizar a proposta de regulamentação até o verão, conforme informações da CNBC.
Bill Kirk, da Roth, acompanha a possibilidade de a Suprema Corte decidir, na próxima semana, se analisará um caso envolvendo conflitos entre regulamentações estaduais e a proibição federal, o que poderia acelerar as mudanças.
O debate sobre a maconha ganhou força em setembro, quando Trump publicou um vídeo em sua conta no Truth Social, exaltando os possíveis benefícios do canabidiol (CBD) para a saúde de idosos. Atualmente, 24 estados norte-americanos legalizam o uso recreativo da maconha, e cerca de 40 permitem o uso medicinal.
Essa mudança para a Classe III representa um marco regulatório em década e reacende a expectativa de um novo ciclo de expansão no setor.
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