Disputa Comercial EUA-China Escalada com Retaliações Mútuas

Na última sexta-feira (10), após um período de pausa nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, o presidente Donald Trump implementou uma taxa de 100% sobre produtos importados da China. Simultaneamente, a China anunciou tarifas recíprocas e o controle de exportação de terras raras para os EUA. Essa escalada de retaliações gerou um alívio nos mercados financeiros no fim de semana.

A decisão de Trump não se baseou no potencial aumento do custo das mercadorias chinesas no varejo americano, mas sim na preocupação com a possível falta de componentes minerais – terras raras – essenciais para diversos setores industriais dos EUA, abrangendo desde a indústria bélica até a tecnológica.

Atualmente, a China detém 70% da produção global de terras raras e 90% do seu refino. Essa posição de domínio confere à China um significativo poder de barganha contra os EUA. Apesar da reputação de Trump como um negociador habilidoso, ele enfrenta um país com capacidade de retaliação econômica e influência global.

Não apenas a China oferece resistência aos EUA, mas também a Rússia. O mundo passou por uma transformação, abandonando a ordem unipolar que prevalecia entre 1990 e o início dos anos 2000. A China se consolidou como uma superpotência, tanto militar quanto economicamente, enquanto a Rússia se reorganizou, tornando-se uma potência energética, complementando seu poder nuclear, igual ao dos Estados Unidos. Essa mudança indica uma transição para um sistema internacional multipolar.

É notável como muitos políticos nos EUA ainda operam com uma visão do mundo datada do final do século XX. A dinâmica global evoluiu, e os Estados Unidos não conseguem mais impor seus objetivos de forma unilateral.

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