Estados Unidos e China se confrontam por disputa acirrada por minerais cruciais para a indústria tecnológica global.
A disputa comercial entre os Estados Unidos e a China tem um ponto central: os minerais de terras raras. Em setembro de 2023, o governo chinês intensificou suas restrições às exportações desses minerais, o que levou o presidente Donald Trump a ameaçar retaliações econômicas e a considerar o cancelamento de uma reunião com o presidente chinês Xi Jinping durante uma cúpula da APEC na Coreia do Sul. Essa situação demonstra a importância estratégica desses materiais na escalada da tensão comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo.
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As terras raras são um grupo de 17 elementos metálicos da tabela periódica, incluindo escândio, ítrio e lantânio. Apesar do nome, esses materiais não são raros em termos geológicos, mas são difíceis e caros de extrair e processar, além de apresentarem impactos ambientais significativos. No entanto, eles são cruciais para uma vasta gama de tecnologias modernas, desde smartphones e turbinas eólicas até luzes LED, televisores de tela plana e baterias de veículos elétricos. Além disso, são essenciais para as forças armadas dos EUA, utilizados em caças F-35, submarinos, lasers, satélites, mísseis Tomahawk e outros equipamentos militares.
A China detém o controle da maior parte da produção global de terras raras, representando cerca de 61% da produção extraída e 92% da produção de processamento. Essa concentração de poder na cadeia de suprimentos representa uma vantagem estratégica para Pequim na guerra comercial. A situação se agrava porque os Estados Unidos não possuem capacidade para separar as terras raras pesadas após a extração, dependendo da China para esse processo. Até o início do ano, a maior parte das terras raras pesadas extraídas na Califórnia era enviada para a China para a separação.
As restrições chinesas aos minerais de terras raras, combinadas com as tarifas altíssimas impostas pela administração Trump em abril de 2023, intensificaram a disputa. Trump acusou a China de usar as terras raras como uma “arma” na guerra comercial e ameaçou tomar medidas financeiras para contrariar a ação chinesa. A situação se agravou ainda mais com a declaração de Trump no Truth Social, onde ele afirmou que os EUA têm “dois” elementos de terras raras para cada um que a China monopolizava. A dependência dos EUA em relação à China para o fornecimento de terras raras, que representou 70% das importações americanas entre 2020 e 2023, torna a situação ainda mais crítica.
A disputa pelas terras raras pode ter um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, estimado em R$ 243 bilhões até 2050, dependendo da evolução da situação. A dependência dos EUA em relação à China para o fornecimento desses minerais estratégicos representa um risco para a economia americana e, por extensão, para a economia global. A situação demonstra a importância de diversificar as fontes de suprimentos e investir em tecnologias que reduzam a dependência de materiais críticos.
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