Trump detalha plano para Hamas e lança “Nova Gaza” com incentivos econômicos
Vitelio Brustolin, pesquisador de Harvard, propõe reconstrução da “Nova Gaza” com incentivos econômicos e força internacional de estabilização.

Plano de Trump para Gaza: Destruição do Hamas e Reconstrução com Investimento Bilionário
O plano de 20 tópicos proposto por Donald Trump para a região de Gaza prevê a completa destruição da infraestrutura do Hamas e um investimento de US$ 53 bilhões para a reconstrução do território. A proposta já recebeu apoio internacional e estabelece diretrizes para um futuro cessar-fogo e a reestruturação do local.
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Em entrevista ao Agora CNN, Vitelio Brustolin, pesquisador de Harvard e professor da Universidade Federal Fluminense, detalha que o plano visa transformar Gaza em uma zona livre de terrorismo e desradicalizada. A primeira fase contempla a demolição de mais de 500 quilômetros de túneis do Hamas, conforme alega Israel, que teria acesso a apenas metade da extensão.
Brustolin também avalia que a ideia de Trump de remover a população de Gaza e transformar o território em uma área de lazer, como uma “riviera”, não tem viabilidade no momento.
Reconstrução e Ajuda Humanitária
Os Estados Unidos já enviaram 200 militares especializados em criação de governos, infraestrutura e logística para o projeto, que denomina a região como “Nova Gaza”. O plano inclui a remoção de escombros, a abertura de estradas e a reconstrução completa dos sistemas de abastecimento de água e energia elétrica. A ONU afirma ter mantimentos e medicamentos estocados para atender a população por três meses.
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O projeto também prevê a criação de uma zona econômica especial com incentivos para a reconstrução. “Mas tudo isso ainda está distante no horizonte, porque no momento é necessário que se faça a troca de reféns por prisioneiros”, explica Brustolin. “E depois disso tem uma fase muito complicada de desmilitarização”.
O especialista relata que o Hamas já declarou que não entregará suas armas antes que haja um reconhecimento do Estado palestino. No plano de Trump, quem cumprir a condição receberá a anistia, inclusive com a possibilidade de relocação para outros países que o aceitem.
Governança e Transição de Poder
O Hamas concordou em entregar o poder a um grupo de tecnocratas, que será supervisionado por uma junta da paz liderada por Trump. A proposta prevê que a Autoridade Palestina, após passar por reformas, poderá assumir o controle da Faixa de Gaza no futuro.
Brustolin avalia que há pressão pelo fim da guerra em diversos lugares. “São oito países árabes ou muçulmanos que pressionam o Hamas pela aceitação deste plano”, diz o especialista. Nos EUA, existe um movimento, tanto de democratas quanto de republicanos, de vetar ajuda dos americanos a Israel.
“Também há uma pressão internacional contra o Netanyahu, o que também acaba afetando o Trump, já que os EUA são o país que mais ajuda o país”, explica o especialista. “Desde o governo Obama eram US$ 3,8 bilhões por ano repassados em ajuda, grande parte militar. E durante esta guerra de dois anos foram repassados mais de US$ 20 bilhões”.