Trump isola aliados e enfraquece ciência, e China assume liderança econômica e tecnológica global, critica Krugman.
Para o economista Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel, os Estados Unidos enfrentam o risco de perder sua posição de liderança global devido ao início da guerra comercial com a China. A escalada comercial, iniciada sob a administração Trump, elevou as tarifas a níveis comparáveis aos de 1934, conforme o próprio Trump classificou como o “Dia da Libertação”.
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Krugman argumenta que o impacto da situação vai além do comércio. Ele acredita que a imagem internacional dos Estados Unidos está sendo prejudicada pela combinação de agressividade e fragilidade demonstradas pelo governo. “Trump decidiu iniciar uma guerra comercial e, agora que ela está em andamento, os Estados Unidos sofrerão um impacto maior do que a China, tanto em sua economia quanto em sua reputação”, declarou.
O economista enfatiza que os Estados Unidos são mais vulneráveis a uma ruptura no comércio do que a China, que entra na guerra comercial em uma posição estratégica superior. “A América precisa das terras raras e outros insumos chineses. A América vai perder esse conflito”, afirmou Krugman. Ele destaca que a política comercial de Trump difere significativamente da estratégia chinesa, que parece ser mais bem definida.
Desde a ascensão de Trump, Krugman observa que o governo tem “demolido sistematicamente cada um dos pilares da força americana”. Um desses pilares é o sistema de ciência e tecnologia dos EUA. O governo Trump está implementando cortes no financiamento à pesquisa científica e demitindo pesquisadores empregados por agências governamentais, segundo Krugman.
Os cortes são agravados pelo caos administrativo e pela interferência ideológica nas conclusões científicas. “Drásticos como são, os números subestimam a gravidade do ataque à ciência”, escreveu Krugman. Ele alerta que, se os EUA ainda são líderes mundiais em ciência, essa posição não durará por muito tempo e levará anos para recuperar o que foi perdido.
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Outro pilar afetado é a política externa, com o sistema de alianças da América em ruínas, segundo Krugman. A visão de Trump sobre aliados compromete a força diplomática americana, que vê outras nações democráticas como estados vassalos. “Com Trump fazendo o possível para estabelecer um regime autoritário, é incerto que valores, se é que algum, ainda compartilhamos com nossos antigos aliados”, concluiu.
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