Trump busca acordo para fim da guerra na Ucrânia após meses de promessas. Ex-presidente engaja Rússia e Ucrânia em negociações complexas, com demandas russas e críticas internacionais
Após dez meses de promessas de resolver a guerra em 24 horas, Donald Trump não cumpriu sua promessa, mas persistiu em sua busca por um acordo. Através de reviravoltas e mudanças de posição, o ex-presidente parece ter conseguido engajar russos, ucranianos e outros atores na mesa de negociação, buscando um caminho para o fim do conflito mais longo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
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Diferente de Trump, que nunca buscou dialogar com os russos, o ex-presidente não escondeu sua afinidade com o presidente Vladimir Putin. Ele estendeu o tapete vermelho e convidou Putin para Anchorage, no Alasca, em agosto, em um evento com pompa e circunstância.
Apesar das oito conversas telefônicas entre os dois líderes e as cinco visitas do enviado especial Steve Witkoff a Moscou, a reunião não resultou em acordo.
Após intermediar a trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas, Trump decidiu tentar novamente acabar com a guerra na Ucrânia. Ele permitiu que Witkoff e seu genro Jared Kushner formulassem um plano de 28 pontos após reuniões com Kirill Dmitriev, um enviado de Putin, em Miami, e Rustem Umerov, o principal conselheiro de segurança nacional do presidente ucraniano Volodymyr Zelenski.
O plano, no entanto, foi considerado uma “total capitulação” para os ucranianos e atendia às principais demandas de Putin.
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O plano de Trump exigia garantias a Moscou de que Kiev não entraria na OTAN, uma promessa de que a aliança militar não se expandiria para mais perto da fronteira russa e a limitação do tamanho do exército ucraniano, além da cessão das regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk.
A proposta foi criticada por aliados europeus e pela Ucrânia, e mesmo Putin sinalizou que o plano poderia ser uma “base” para o acordo, mas sem definições claras, principalmente em relação ao uso de fundos russos congelados para reconstruir a Ucrânia – a única demanda favorável a Kiev no plano.
Após contatos com a equipe de Trump, oficiais do bloco europeu se reuniram com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Genebra e conseguiram mover o pêndulo da fórmula de paz para condições mais favoráveis a Kiev e Bruxelas. A proposta foi encurtada de 28 para 19 pontos e agradou os ucranianos.
A exigência de Trump de que a Ucrânia assinasse um acordo até o final de novembro também foi deixada de lado, mas pontos-chave, como as demandas territoriais russas, uma mudança constitucional que exclui a possibilidade de adesão ucraniana à OTAN e a natureza exata da garantia de segurança dos Estados Unidos ainda precisam ser discutidos.
Apesar dos esforços de Trump, questões significativas seguem distanciando as demandas russas e ucranianas e a própria equipe trumpista tem visões diferentes sobre como prosseguir. De um lado estão Witkoff e o vice-presidente americano JD Vance, que querem chegar a um acordo que favoreça mais a Rússia e priorize os interesses comerciais americanos, e do outro está o secretário de Estado Marcio Rubio, que tem uma visão mais profissional da diplomacia.
O tema se tornou mais delicado depois que a Bloomberg publicou na terça-feira, 25, gravações que mostram conversas telefônicas entre Witkoff e Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin. Nas conversas, o enviado especial americano parece ter instruído Ushakov sobre como Putin deveria abordar Trump durante as negociações.
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