Tribunal Supremo de Israel determina que o governo não fornece alimentação adequada para detentos

O julgamento apresenta um caso incomum em que o tribunal superior do país questiona a atuação do governo no conflito contra o grupo terrorista Hamas.

07/09/2025 20:01

3 min de leitura

Tribunal Supremo de Israel determina que o governo não fornece alimentação adequada para detentos
(Imagem de reprodução da internet).

A Suprema Corte de Israel declarou, no domingo (7), que o governo israelense não assegurou alimentação suficiente para a subsistência básica dos prisioneiros palestinos e determinou que as autoridades deveriam aprimorar a oferta de alimentos. A decisão representou um caso incomum em que o tribunal superior do país criticou a atuação do governo durante a guerra contra o grupo terrorista Hamas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Desde o início do conflito, há quase dois anos, Israel prendeu milhares de pessoas em Gaza suspeitas de ligação com o Hamas. Muitas foram liberadas sem acusação, por vezes após meses de detenção. Organizações de direitos humanos documentaram abusos generalizados em prisões israelenses, incluindo alimentação e cuidados de saúde inadequados, além de condições sanitárias precárias e agressões físicas.

Em março, um adolescente palestino de 17 anos faleceu em uma prisão israelense, e os médicos afirmaram que a inanição provavelmente foi a principal causa da morte.

A decisão de domingo foi emitida em resposta a uma petição apresentada no ano passado pela Associação pelos Direitos Civis em Israel e pelo grupo de direitos israelense Gisha. Os grupos afirmaram que uma alteração na política alimentar implementada após o início da guerra em Gaza causou que os prisioneiros sofressem de má nutrição e fome.

Um colegiado de três juízes da Suprema Corte decidiu por unanimidade que o Estado possui o dever legal de fornecer aos presos alimentação suficiente para assegurar “um nível básico de existência”. Na decisão, os juízes afirmaram que identificaram “indícios de que o fornecimento atual de alimentos aos presos não garante suficientemente o cumprimento do padrão legal”.

LEIA TAMBÉM:

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, um dos políticos mais extremistas da coalizão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, criticou veementemente a decisão, afirmando que, enquanto os reféns israelenses em Gaza não têm apoio, a Suprema Corte de Israel está “defendendo terroristas do Hamas”.

Israel ataca mais um prédio.

Em meio à decisão da Suprema Corte, o Exército israelense anunciou o bombardeio a outro edifício residencial na Cidade de Gaza, logo após Netanyahu anunciar que as Forças de Defesa de Israel (FDI) estavam “ampliando” sua ofensiva no principal centro urbano do território palestino. Israel ainda não anunciou publicamente o início de sua ofensiva para tomar a Cidade de Gaza, aprovada por Netanyahu no mês passado, mas suas tropas têm intensificado os bombardeios e as operações na área há semanas, na tentativa de aumentar a pressão sobre o Hamas.

Recentemente, o Exército bombardeou um edifício alto, utilizado pela organização terrorista Hamas na Área da Cidade de Gaza. Trata-se da Torre Al Roya, que estava sob alerta de ataque desde sábado, 7. O Exército israelense informou que o Hamas utilizava este prédio para “vigiar a localização de tropas israelenses na área”. No sexta e sábado, Israel já destruiu outros dois prédios residenciais usando o mesmo argumento de que o Hamas os utilizava como pontos de observação.

Com informações do Estadão Contigo

Publicado por Nícolas Robert

Fonte por: Jovem Pan

Autor(a):