Thiago Cavalcanti, presidente da ANBCB, critica envio de Ailton de Aquino ao STF, gerando riscos institucionais e insegurança jurídica. Associaçao avalia como “estranha” a decisão
O presidente da Associação Nacional dos Auditores do Banco Central (ANBCB), Thiago Cavalcanti, declarou, em 28 de dezembro de 2025, que a decisão de submeter o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, ao Supremo Tribunal Federal, acarreta riscos institucionais para a autarquia.
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Cavalcanti ressaltou que a medida gera insegurança jurídica para os funcionários envolvidos na elaboração de notas técnicas de supervisão e liquidação bancária.
Em entrevista, o presidente da ANBCB, Thiago Cavalcanti, analisou os desdobramentos do caso envolvendo o Banco Master, cuja liquidação extrajudicial foi o ponto de conflito jurídico. A associação considera a convocação de um diretor para confrontar investigados como uma “dicotomia” perigosa, visto que Aquino atua como testemunha, enquanto os demais envolvidos não o são.
Cavalcanti classificou o episódio como “estranho”, afirmando que causa um sentimento de “angústia” e “revolta” no corpo funcional. Ele argumentou que a decisão foi “personalizada”, destacando que o diretor Ailton não atuou isoladamente, e que a liquidação do Banco Master foi definida pelo presidente Gabriel Galípolo, com a fiscalização exercida de forma colegiada.
O dirigente da ANBCB defende que as considerações do ministro do STF Dias Toffoli poderiam ser sanadas por meio de relatórios complementares ou reuniões técnicas, sem a necessidade de expor um funcionário público qualificado a um nível de “exposição totalmente desnecessário”.
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Ele enfatiza a importância de proteger a atuação técnica do Banco Central.
A situação reforça, na visão da ANBCB, a necessidade de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que trata da autonomia financeira e orçamentária do Banco Central. Cavalcanti argumenta que é preciso assegurar uma blindagem legal para que a atuação técnica não se torne alvo de pressão política ou processual.
Diante das críticas sobre os prazos da liquidação do Banco Master, Cavalcanti negou qualquer omissão ou precipitação no processo. Ele mencionou avaliações contraditórias de órgãos de controle, que em alguns momentos apontam lentidão na condução do caso e, em outros, alegam rapidez excessiva na intervenção.
Segundo o presidente da associação, o processo seguiu estritamente os ritos legais, com prazos para defesa e tentativas de solução de mercado.
A liquidação foi motivada pela apresentação de lacunas e incompatibilidades com os parâmetros exigidos pelo mercado financeiro brasileiro. “Não houve demora nem precipitação. O processo seguiu os trâmites regulares e o resultado apresentado à sociedade reflete a análise do corpo técnico”, concluiu.
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