Ministério da Saúde aponta 127 notificações confirmadas; dados alarmantes sobre a situação de saúde no país.
O Ministério da Saúde confirmou, em 4 de setembro, a existência de pelo menos 127 registros de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas. A detecção da substância, que só pode ser constatada por testes laboratoriais, tem recebido atenção através de iniciativas de pesquisa em universidades públicas brasileiras.
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Uma das iniciativas é do Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A instituição disponibiliza o serviço gratuitamente, mediante agendamento. A análise leva apenas cinco minutos. O vice coordenador do laboratório, o professor de química Kahlil Salome, explica que o equipamento funciona de forma similar aos exames de saúde.
“Colocamos o líquido em um tubo. A análise é muito rápida. A gente consegue analisar uma amostra a cada cinco minutos”, afirmou Salome à Agência Brasil. Para a detecção, são necessárias apenas algumas gotas da bebida (0,5 mililitro). “Quando a gente coloca a amostra no equipamento, ele devolve um gráfico. Tem várias linhas e uma dessas linhas é referente ao metanol”.
O pesquisador recomenda que pessoas com desconfiança sobre a origem de bebidas procurem o laboratório. Ele ressalta que a detecção é possível mesmo com corantes ou frutas presentes nas bebidas. O professor Salome explica que o exame aponta, por exemplo, a presença da quantidade inadequada ao consumo humano: 10 microlitros de metanol em 100 ml de bebidas como cachaça, vodka e tequila.
O professor Salome defende que a pesquisa na universidade pública traz respostas à sociedade também em momentos de crise. Ele menciona que outras universidades federais têm laboratórios do mesmo gênero que poderiam ser acionados para exames sobre a presença de metanol. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveu um método patenteado em 2022, enquanto a Universidade de Brasília (UnB) iniciou pesquisas em 2013, com foco no combate a fraudes em combustíveis.
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A Unesp adiciona um tipo de sal no líquido. Se houver metanol, a amostra se transforma em formol. Na sequência, um ácido gera mudanças na coloração da solução. Essas etapas de reação levam cerca de 15 minutos no caso do etanol e das bebidas alcoólicas. A empresa Macofren disponibiliza kits para empresas privadas e instituições governamentais. O kit com os instrumentos e materiais para fazer um teste custa R$ 50. Depois de adquirir os materiais, o reagente fica em torno de R$ 25 por teste. Para fazer o exame, basta 1 ml da amostra da bebida.
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