A aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na região metropolitana de Belém reacendeu o debate sobre a integridade da prova. Durante o segundo dia de exames, no dia 7 de dezembro de 2025, estudantes identificaram questões com estruturas e lógica muito próximas àquelas encontradas em apostilas distribuídas por Edcley Teixeira.
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Materiais Distribuídos por Teixeira
Os materiais de Edcley Teixeira, incluindo pastas virtuais com títulos como “Estarão no Enem”, foram divulgados em mentorias e grupos de estudo antes de serem removidos após a aplicação do exame em outras regiões do país. A distribuição dos materiais gerou preocupações sobre a possibilidade de uso indevido para auxiliar os candidatos.
Questões Semelhantes Identificadas
Um caso específico envolveu uma questão de química sobre a combustão do metano em GNV (gás natural veicular). O enunciado da questão nas apostilas descrevia o mesmo processo químico, incluindo detalhes sobre densidade, composição e solicitava o cálculo da energia liberada a partir das energias de ligação.
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As tabelas apresentadas e o formato das alternativas também eram semelhantes aos da prova.
Outro Item Semelhante em Matemática
Outra questão problemática tratava de recipientes cilíndricos em matemática, abordando a razão entre raios de dois cilindros com áreas laterais equivalentes e volumes diferentes. A lógica de resolução era a mesma encontrada nas apostilas, com apenas a alteração do contexto.
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Teixeira Nega Irregularidades
Edcley Teixeira negou as acusações de irregularidades. Em uma publicação no Instagram no dia 7 de dezembro, ele afirmou: “O Enem ainda é jogado de forma amadora. Minha missão é mudar isso. Vou trazer a frieza, a técnica e a estratégia dos concurseiros de elite para dentro do vestibulando de medicina.
Vamos elevar a régua. A empolgação aqui não é só ânimo, é certeza de que estamos construindo algo inédito. O jogo vai virar”.
Controvérsia e Investigação
A atuação de Teixeira gerou debate entre o (Ministério da Educação) e o (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Em 18 de novembro, o MEC acionou a Polícia Federal após a divulgação de um vídeo em que Teixeira antecipava um conteúdo semelhante ao usado no teste.
A PF abriu inquérito para apurar eventual vazamento, fraude ou uso indevido de informações protegidas.
Posição do Inep
Manuel Palácios, presidente do (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela execução do Enem, declarou que as questões antecipadas “não alteram notas” e que o instituto mantém critérios técnicos para aferição de desempenho.
O Inep reforçou que pré-testes e pré-bancos de itens são sigilosos e acessados apenas por equipes autorizadas.
