O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um relatório em novembro de 2025, indicando “fortes indícios” de uso irregular de Cadastro de Pessoa Física (CPF) de beneficiários do programa Bolsa Família. A investigação aponta para esquemas de fraude, lavagem de dinheiro e ocultação de ilícitos relacionados a apostas online.
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O documento detalha dados que revelam transferências de R$ 3,7 bilhões para empresas de apostas em janeiro de 2025, originárias de beneficiários do programa.
Concentração de Transferências
Análises do TCU apontam que 80% do valor transferido para as empresas de apostas foi concentrado em apenas 4,4% do total de famílias que realizavam apostas. Essa concentração reforça a possibilidade de uso indevido de informações de beneficiários do programa.
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Participação em Apostas
Em janeiro de 2025, 21,9% das famílias inscritas no Bolsa Família tiveram contato com atividades de apostas. Isso corresponde a aproximadamente 4,4 milhões de famílias, representando uma parcela significativa do total de beneficiários no programa naquele mês.
Cerca de 1,2 milhão de famílias também realizaram apostas, com valores acima de R$ 600, baseados nos valores do Bolsa Família, que incluem alguns adicionais dependendo da composição familiar.
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Valores Elevados em Transferências
O relatório do TCU identificou 663 famílias que transferiram entre R$ 100 mil e R$ 1,5 milhão para apostas em um único mês. Um caso extremo envolveu uma família que acumulou R$ 2,127 milhões em apostas.
Medidas do Governo e Apurações
O TCU determinou que o Ministério do Desenvolvimento Social elabore um plano de ação em até 90 dias para identificar e reduzir inclusões indevidas de pessoas no Bolsa Família. A pasta também deverá apurar e tratar os casos de utilização ilícita de CPFs de beneficiários por terceiros para realização de apostas.
Dados de movimentações atípicas foram encaminhados ao Coaf, à Receita Federal e ao Ministério Público Federal para as devidas providências.
Revisão de Cadastros
O governo tem realizado uma revisão nos cadastros do Bolsa Família. Até outubro de 2025, 1,9 milhão de famílias deixaram a base de pagamentos do programa. A revisão busca identificar e corrigir irregularidades relacionadas a atividades de apostas e a omissão de renda para receber o benefício.