TCU investiga fluxo financeiro de estatais e gera preocupação no governo Lula. Oito empresas sob análise, incluindo Correios, enfrentam desafios financeiros.
A força-tarefa estabelecida pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para examinar o fluxo financeiro de nove empresas estatais tem gerado preocupação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A situação representa um desafio considerável para o governo, com a oposição buscando capitalizar o tema para fortalecer suas críticas.
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A questão é particularmente sensível devido a recordações sobre o desempenho de estatais no passado, um ponto delicado para o PT. Além disso, a situação alimenta o argumento de que essas empresas são, em grande parte, “cabides de emprego” e não contribuem significativamente para o desenvolvimento do país, o que ressoa com a opinião pública.
A previsão do governo é que a direita utilizará essa situação para questionar os resultados do governo e afirmar que as gestões petistas não administram o dinheiro público com a devida diligência. A queda de 11,3% na receita líquida das empresas estatais desde 2021, devido ao aumento das compras online impulsionado pela pandemia da Covid-19, agrava ainda mais a situação.
O governo implementou a troca de gestores, com Emmanoel Rondon assumindo a liderança da empresa, buscando reverter o quadro e melhorar a imagem da estatal.
Para enfrentar a crise, o Executivo articulou uma operação de crédito de R$ 20 bilhões, garantida pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de reestruturar a empresa e mitigar o desgaste público, bem como o impacto nas contas públicas. A ação do TCU se estende além dos Correios, abrangendo outras oito estatais, incluindo a Casa da Moeda, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), a Empresa Gestora de Ativos (Emgea) e cinco companhias docas, que gerenciam portos públicos.
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A decisão do TCU foi motivada por um relatório do Tesouro Nacional, que identificou fragilidades financeiras e riscos às contas públicas em nove das 27 estatais analisadas. O ministro Vital do Rêgo, presidente do tribunal, enfatizou a necessidade de ampliar o escopo da fiscalização, incorporando aspectos de governança, experiência operacional e qualidade da gestão, fatores frequentemente relacionados às dificuldades fiscais enfrentadas por essas entidades.
A equipe do TCU já se reuniu com a equipe dos Correios para buscar soluções para os prejuízos recentes.
Para 2025, o governo Lula projeta um déficit de R$ 6,2 bilhões nas contas das estatais federais, e R$ 6,7 bilhões em 2026. O ministro Walton Alencar Rodrigues expressou preocupação com a persistência dos problemas, destacando que, em gestões passadas, as estatais frequentemente apresentavam prejuízos, e essa situação se repete.
A expectativa é que o número de empresas com dificuldades financeiras aumente, podendo chegar a 12 no final do ano.
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