Figurino Corporativo: Uma Nova Estratégia de Posicionamento
O conceito de fortalecer uma marca evoluiu, ultrapassando campanhas publicitárias e discursos bem elaborados. Cada vez mais, elementos sutis, como roupas e acessórios utilizados por executivos, desempenham um papel crucial na estratégia de posicionamento corporativo.
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O figurino, especialmente em apresentações públicas, reuniões com clientes e grandes eventos, se torna um veículo para comunicar a cultura, os valores e a identidade da empresa. Essa prática, embora não nova, ganhou destaque com a institucionalização por parte de companhias brasileiras e multinacionais, que transformaram acessórios personalizados, como tênis, em ferramentas de marketing, employer branding e cultura organizacional.
A Importância da Coerência
Segundo Jana Souza, consultora e estrategista de imagem, a eficácia dessa estratégia reside na coerência com a cultura corporativa. “Produtos personalizados podem ser uma estratégia viável, desde que tenham propósito. Não podem ser apenas brindes isolados.
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Quando fazem parte do cotidiano, reforçam a identidade da empresa de forma contínua e significativa”, afirma.
Exemplos de Adoção
A estratégia foi adotada pela empresa francesa de benefícios flexíveis, Swile, que desenvolveu tênis personalizados para seus porta-vozes, utilizados em eventos, reuniões e no dia a dia do escritório. O CEO da operação brasileira, Julio Brito, liderou essa iniciativa. “No fim, é uma ação simples, mas muito estratégica: reforça o employer branding de dentro para fora, alinha a liderança em torno da cultura e garante consistência da marca no dia a dia, inclusive nas nossas apresentações”, afirma Brito.
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A escolha do tênis, no entanto, não foi aleatória. “Ele dialoga com o estilo mais extrovertido da Swile. É coerente com o tom das campanhas e com a forma como queremos ser percebidos”, diz Brito. “Quando o time executivo vive a experiência, a mensagem ganha escala e credibilidade.”
Personalização Sob Demanda
O trabalho de customização é realizado pelo estúdio Oito Dois Custom, no centro de São Paulo, pelo artista Alberto Boni. “Eu crio junto com o cliente para deixar o produto pessoal, respeitando a identidade visual da empresa”, conta Boni, que atua nesse segmento há cerca de seis meses e já atendeu mais de 15 marcas.
A demanda, segundo o artista, cresce rapidamente: para o início de 2026, o artista já tem mais de 50 pares encomendados até o fim de janeiro.
Outra empresa que adotou essa estratégia é o Omnimedia Group, grupo especializado em mídia, RevOps e growth. Para Paulo Braga Filho, CEO da companhia, a personalização reforça o discurso estratégico da marca. “Como CEO, eu represento a empresa em todos os lugares.
Estampar nossa identidade em acessórios bonitos, modernos e de qualidade é mais uma forma de consolidar esse posicionamento”, diz.
A Ayko, empresa de tecnologia com mais de 22 anos de atuação e uma base de mais de 750 clientes no Brasil e no exterior, também utiliza essa estratégia. Para o CEO Giuseppe Feitoza, o tênis personalizado traduz o posicionamento da empresa. “Pensamos no tênis como uma extensão da marca Ayko.
Somos uma empresa de tecnologia, mas acreditamos nas pessoas. O algoritmo ainda é humano. Ao unir as cores da empresa às iniciais de cada convidado, reforçamos que cada relação é única”, diz.
Em um mercado cada vez mais atento à autenticidade, essas empresas querem deixar literalmente a sua marca e deixar uma mensagem: quando a liderança veste a marca o discurso deixa de ser apenas institucional e passa a ser vivido no dia a dia.
Conclusão
A tendência de personalizar acessórios corporativos representa uma inovação no marketing corporativo ao conectar diferentes áreas da empresa, afirma Marina Käfer, consultora de imagem pessoal e empresarial. “É muito válido tanto para a companhia quanto para o funcionário, que se sente valorizado.
A empresa ganha mais um aliado, um verdadeiro embaixador da marca”, afirma.
