Estudo aponta que expansão do Universo pode desacelerar, desafiando teoria da energia escura. Descoberta gerou debate na comunidade científica.
Um estudo recente sugere que a expansão do Universo pode não estar acelerando como se pensava, mas sim desacelerando. Essa descoberta, se confirmada, representaria uma mudança significativa em nossa compreensão da energia escura, a força misteriosa que impulsiona a expansão do Universo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A pesquisa se baseia em observações de supernovas do Tipo 1a, explosões estelares que têm sido usadas como “velas-padrão” para medir distâncias no espaço.
Em 1998, dois grupos de cientistas notaram que algumas supernovas distantes eram mais fracas do que o esperado. Essa observação levou à conclusão de que essas supernovas se afastavam da Terra mais rapidamente do que o previsto, indicando que a expansão do Universo estava acelerando.
Essa descoberta rendeu aos cientistas o Prêmio Nobel de Física em 2011.
No entanto, a natureza da energia escura permaneceu um mistério. Em 2023, um consórcio de pesquisadores utilizou dados do Instrumento Espectroscópico de Energia Escura (DESI) no Arizona para desenvolver o maior mapa 3D do Universo já criado. As observações sugeriram que a energia escura pode estar enfraquecendo ao longo do tempo, indicando que a taxa de expansão do Universo poderia eventualmente diminuir.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O estudo publicado em 6 de novembro na revista se baseia na compreensão evolutiva da energia escura, sugerindo que a expansão do Universo já começou a desacelerar — algo que poderia alterar o próprio destino do Universo. Os pesquisadores analisaram uma amostra de 300 galáxias contendo supernovas do Tipo 1a e propuseram que o escurecimento de estrelas explodindo distantes não se devia apenas ao seu afastamento da Terra, mas também à idade da estrela progenitora.
Apesar do potencial impacto, a pesquisa está gerando controvérsia na comunidade científica. Alguns especialistas expressam ceticismo, argumentando que a premissa da pesquisa é falha e que as observações contradizem a ideia de que as supernovas envelhecem junto com o Universo.
No entanto, outros defendem a importância da pesquisa, destacando a necessidade de desafiar nossa forma de pensar para entender melhor o Universo.
Ainda há um longo caminho a percorrer para convencer toda a comunidade de cosmologia de supernovas. O novo Observatório Vera C. Rubin, que deve começar a operar em 2026, com o lançamento do Levantamento do Legado do Espaço e do Tempo, poderá ajudar a resolver o debate com medições de alta precisão da idade das supernovas, abrindo um novo capítulo na compreensão da natureza da energia escura e do destino do Universo.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!