Stranger Things: Nova temporada homenageia clássicos dos anos 80 com referências a Exterminador do Futuro 2, Poltergeist e outros filmes icônicos, aprofundando temas como memória e trauma
A quinta temporada de Stranger Things se destaca por uma rica tapeçaria de referências à cultura pop dos anos 80, elevando a série a um novo patamar de nostalgia e reconhecimento. Os irmãos Duffer não apenas homenageiam filmes icônicos, mas também utilizam essas referências para aprofundar temas centrais da narrativa, como memória, trauma e a manipulação do tempo. Cada alusão contribui para o clima apocalíptico que permeia a última fase da série, consolidando o legado de Stranger Things como um fenômeno cultural.
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A influência do clássico de James Cameron, Exterminador do Futuro 2, é evidente na escalação de Linda Hamilton como a Dra. Kay, uma figura militarizada e implacável. A presença de Hamilton, eterna Sarah Connor, e o clima de guerra que se instala em Hawkins, com a cidade sitiada pelo exército, remetem à atmosfera de perseguição e combate do filme. Os criadores da série reconhecem a importância do filme na construção do tom de urgência e combate da reta final, com a necessidade de uma batalha desesperada para salvar Hawkins.
A complexa trama de Filhos da Esperança, com seu plano-sequência de batalha, inspirou a sequência de eventos que culmina na luta contra Vecna. A ideia de um plano coordenado para confrontar a ameaça, com militares e criaturas do Mundo Invertido em confronto, é uma clara homenagem ao filme de Alfonso Cuarón. Essa estratégia de combate, que aumenta a tensão e a claustrofobia, é fundamental para o desenvolvimento da narrativa da temporada.
A relação entre Will e Jonathan, marcada por um amor fraternal e a proteção incondicional, encontra paralelos em Garotos Perdidos. Assim como um dos jovens do filme é seduzido pelo sobrenatural, Will permanece conectado ao Mundo Invertido, e Jonathan se dedica a protegê-lo a qualquer custo. Essa dinâmica emocional, com seus momentos de tensão e sacrifício, é um dos pilares da narrativa da temporada, com a estética da ameaça lembrando o clima noturno da obra de Joel Schumacher.
A referência a Poltergeist, com Holly e suas interações com o Mundo Invertido, é retomada com força na quinta temporada. A ideia de El atravessando dimensões e acessando presenças invisíveis, como Carol Anne no clássico de Spielberg, é um elemento central da trama. A cena em que Holly sente interferências e ecos do Mundo Invertido, afetando aparelhos eletrônicos, é um aceno direto ao filme, reforçando a conexão entre as duas narrativas.
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A exploração de memórias, manipulações de consciência e fragmentos de realidade, presente em Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, é um tema recorrente na quinta temporada. A jornada de Max, ainda em coma, e o passado de Henry Creel, são acompanhados por paisagens mentais que se desfazem e se recompõem, refletindo a complexidade da mente humana e a busca pela verdade.
A influência de A Hora do Pesadelo 3, com suas cenas de sonho e a participação de Frank Darabont, é evidente na temporada. Vecna volta a invadir os sonhos de seus alvos, usando traumas como arma, seguindo a lógica da franquia Freddy Krueger. A presença de Robert Englund, intérprete de Freddy, e a utilização de elementos de sonho para criar suspense e tensão, reforçam a conexão com o filme.
As adaptações de Stephen King, como Um Sonho de Liberdade, À Espera de um Milagre e A Neblina, contribuem para o clima de prisão, opressão e desespero que permeia a temporada. A ideia de cidades isoladas, monstros que representam traumas e personagens lidando com culpa e redenção, é um tema central da narrativa, com a criatividade de Darabont, responsável por algumas das adaptações mais emblemáticas do autor.
Diálogos e escolhas musicais, como a citação do “capacitor de fluxo” por parte de Robin Buckley para despistar Joyce, remetem a De Volta para o Futuro. A cena termina ao som de “Mr. Sandman”, a mesma música da chegada de Marty McFly a 1955, consolidando a homenagem.
A cena em que os jovens montam armadilhas caseiras dentro de uma residência, utilizando gasolina, tábuas com pregos e fios metálicos, é uma clara referência a Esqueceram de Mim. O humor e o caos da cena, em versão brutal e sangrenta, são uma homenagem ao clássico natalino.
A abertura da temporada, com Robin Buckley assumindo um programa de rádio para alertar a população de Hawkins, ecoa diretamente o DJ interpretado por Robin Williams em Bom Dia, Vietnã. A cena, com o desafio técnico de um longo monólogo ao vivo, é uma homenagem ao filme.
As táticas de Vecna para atrair crianças, o misterioso personagem “Sr. Henry Whatsit” e os debates sobre tempo se desfazendo remetem ao livro/filme Uma Dobra no Tempo. É uma das referências mais inesperadas e aparece especialmente nos episódios 2 e 4.
A quinta temporada de Stranger Things não se limita a homenagear filmes dos anos 80; ela utiliza essas referências para aprofundar temas centrais da narrativa, como memória, trauma e tempo. Ao equilibrar nostalgia e narrativa original, a série consolida seu legado como um fenômeno cultural.
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