Stranger Things: Série da Netflix ultrapassa US$ 1 bilhão e consolida marca global com novas temporadas e produtos.
Tudo começou há quase 10 anos com uma história de desaparecimento, uma garota com sangramento no nariz, luzes piscantes e um monstro estranho no porão. O que inicialmente parecia apenas uma série nostálgica dos anos 1980, transformou-se no maior fenômeno comercial da história da Netflix (NFLX).
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Entre bikes, demogorgons e maratonas de Dungeons & Dragons, a cidade fictícia de Hawkins tornou-se uma máquina de fazer dinheiro. Desde 2020, a série gerou mais de US$ 1 bilhão em receita e atraiu cerca de 2 milhões de novos assinantes para a gigante do streaming, segundo dados da Parrot Analytics.
Com um crescimento contínuo, a expectativa é que o valor total supere os US$ 2 bilhões, o que deve consolidar a produção como marca global. E não só uma série de TV. Assinantes, audiência e maratonas gigantes.
A quarta temporada, lançada em 2022 após três anos de espera, não só quebrou recordes internos como se tornou a série mais assistida do ano no mundo: foram mais de 52 bilhões de minutos assistidos, segundo a Nielsen. Em menos de um mês, ultrapassou 1,15 bilhão de horas vistas, algo inédito para uma série em inglês no catálogo da plataforma.
A força do título se mantém: mesmo sem episódios novos desde 2022, as quatro temporadas acumulam 404 milhões de horas assistidas apenas no primeiro semestre deste ano, segundo a Netflix.
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A cada novo lançamento, os assinantes voltam — e maratonam. O sucesso de público impulsionou também o investimento. Se na primeira temporada o custo por episódio era de US$ 6 milhões, agora o valor estimado para a quinta temporada gira entre US$ 50 e US$ 60 milhões por capítulo, segundo rumores do mercado.
Ao todo, a temporada final deve custar US$ 480 milhões, acima até de , que teve um orçamento de US$356 milhões, segundo o Box Office Mojo. O modelo tem orçamento de cinema, retorno de franquia.
A marca Stranger Things já ultrapassa a narrativa da série. Com parcerias com Nike, Converse, Target, Pandora e até fabricantes de pizza congelada. Stranger Things foi da ficção de Hawkins ao mercado bilionário de produtos (Canva/Montagem/Exame) A estratégia da Netflix é buscar o mesmo nível de impacto comercial de franquias como Barbie, com mais de 150 produtos exclusivos, entre roupas, brinquedos, álbuns de vinil e itens colecionáveis.
O universo da série ganhou também peças de teatro premiadas, projetos animados e ao menos um spin-off confirmado. Mais do que uma série, uma propriedade intelectual
Nos últimos anos, o sucesso de Stranger Things tem sido comparado com a saga de Star Wars. Não por causa dos sabres de luz ou das batalhas no espaço, mas pela forma como as duas propriedades foram estruturadas para transcender o formato original e se tornar marcas de longo prazo com presença em múltiplos setores da indústria do entretenimento.
A comparação faz sentido porque ambas operam como ecossistemas narrativos e comerciais. Em vez de se limitarem à exibição de episódios ou filmes, são exploradas em produtos, experiências, jogos, espetáculos e narrativas derivadas. Mesmo sem o vasto universo ficcional de Star Wars, — personagens, estética visual, trilha sonora, ícones como o Hellfire Club ou o Demogorgon — que sustentam uma cadeia contínua de consumo e engajamento.
Como em Guerra nas Estrelas, a base de fãs de Stranger Things não consome apenas a história, mas o que ela representa.
A estratégia é manter a marca ativa mesmo após o fim da série, exatamente como a Lucasfilm fez após o Episódio VI. A força dessa abordagem está em tratar o conteúdo não como um fim, mas como um ponto de partida para monetização em larga escala.
Foi assim com os Jedi, e é assim agora com Hawkins. O fim da série é só o começo da marca
Com a temporada final marcada para estrear em 26 de novembro e os dois últimos episódios programados para 25 e 31 de dezembro, a despedida de Stranger Things não representa o encerramento da sua operação comercial. Pelo contrário: marca o início de uma nova fase de exploração da marca, com spin-offs, animações, eventos ao vivo, produtos de varejo e experiências temáticas ganhando mais espaço.
Stranger Things virou ativo estratégico da Netflix (Canva/Montagem/Exame) A série cumpriu sua função como ponto de partida. Agora, com os direitos, personagens e símbolos consolidados no imaginário coletivo, a Netflix aposta em longevidade de marca — exatamente como Disney faz com suas maiores franquias.
Stranger Things sai do catálogo como conteúdo episódico e entra para o portfólio como ativo de geração contínua de receita. O mundo invertido pode até ter um fim. O ciclo de monetização, não.
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