Advocacia Geral investiga esquema: Réus extorquiram R$ 1,6 milhão do ex-prefeito de São José do Ribamar. Em troca, emenda de R$ 7 milhões foi enviada.
O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar um caso inédito envolvendo deputados federais acusados de desvio de emendas. O processo, sob a responsabilidade do ministro, atingiu a fase de alegações finais, um passo crucial antes do julgamento.
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Os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE) são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de corrupção passiva e organização criminosa.
De acordo com a PGR, os parlamentares extorquiram R$ 1,6 milhão do então prefeito de São José do Ribamar (MA) em troca do envio de uma emenda de quase R$ 7 milhões para a cidade. Pastor Gil e Bosco Costa negaram qualquer envolvimento em depoimentos ao STF, enquanto Josimar Maranhãozinho, apontado como líder da suposta organização criminosa, optou por não se manifestar.
As investigações, iniciadas em 2020, foram motivadas por relatos do prefeito Eudes Sampaio, que informou ter sido pressionado a entregar 25% do valor das emendas destinadas à saúde. A Polícia Federal (PF) apurou que essa prática se estendeu por pelo menos cinco anos, com prefeitos sendo ameaçados de morte caso não pagassem propinas.
Interceptações telefônicas revelaram conversas entre um agiota conhecido como Pacovan e os parlamentares, além de áudios discutindo a divisão de valores. Um trecho alarmante mostra Pacovan afirmando que um prefeito poderia “pegar uma bala na cara”.
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Em março deste ano, a Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia da PGR, transformando os três deputados em réus. O STF também autorizou diversas operações da PF para investigar o desvio de dinheiro público em vários estados. Recentemente, o ministro Flávio Dino determinou uma ampla campanha publicitária envolvendo os três Poderes da República.
O objetivo da campanha é informar o público sobre como acessar dados das emendas parlamentares e incentivá-los a acompanhar a destinação dos recursos. As campanhas publicitárias, que serão veiculadas em emissoras de televisão e plataformas digitais, devem utilizar uma linguagem clara e acessível.
Elas ocorrerão de dezembro de 2025 a março de 2026 e precisam estar presentes em todos os canais de comunicação do Executivo, Legislativo e Judiciário.
O ministro enfatizou que a Constituição Federal exige a publicidade de atos e campanhas de órgãos públicos, e a Lei de Acesso à Informação garante a transparência ativa, obrigando a divulgação de informações de interesse coletivo de forma acessível.
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