Stefanutto critica foto com Leila: “sou corintiano” e vê prejuízo
Ex-presidente do INSS é investigado na CPMI por foto com Leila Pereira, presidente do Palmeiras e dona da Crefisa. Relator avalia que ela será testemunha import…

Depoimento de Ex-Presidente do INSS Revela Prejuízo Pessoal por Torcida
Durante o depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o ex-presidente do órgão, Alessandro Antonio Stefanutto, foi questionado sobre uma foto publicada com Leila Pereira, presidente do Palmeiras e dona da Crefisa. A resposta de Stefanutto indicou que a divulgação da imagem lhe causou “muito prejuízo” devido à sua torcida pelo Corinthians, rival do Palmeiras.
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O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), investigava a relação entre a Crefisa e o INSS, considerando o contrato da instituição financeira para o pagamento de aposentados e pensionistas. Gaspar questionou Stefanutto sobre a proximidade com o prestador de serviço.
Stefanutto justificou a foto como uma questão de educação, afirmando que a imagem representou um prejuízo pessoal, pois é torcedor do Corinthians. “A gente tem que manter relação com todos os fornecedores. Uma foto… se houvesse algum interesse… essa foto me causou muito prejuízo, porque sou corintiano. Muito prejuízo pessoal. Uma foto não quer dizer que haja qualquer coisa em desacordo”, declarou.
Posteriormente, Gaspar expressou a crença de que Leila Pereira seria uma “boa depoente” para a CPMI. “Estou aqui como relator para que toda pessoa de interesse da investigação esteja presente, comigo não tem impedido nem tem proteção. Acredito que a senhora Leila vai ser uma boa depoente”, afirmou o deputado.
Apesar do comentário, qualquer convocação ou convite precisa ser apresentado formalmente e aprovado pela maioria da comissão – o que não aconteceu.
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Stefanutto começou a ser ouvido na tarde de segunda-feira (13) e foi apontado como omisso pela investigação da Polícia Federal, ao deixar descontos ilegais contra aposentados ocorrerem durante sua gestão por meio de associações. Ele nega ter “adotado qualquer conduta que colocasse em risco os segurados do INSS”.
Ele comandou o INSS entre julho de 2023 e abril de 2025, quando sua permanência se tornou insustentável após ser alvo de busca e apreensão em seu apartamento, em Brasília, e na sua sala na sede do INSS. Também durante sua oitiva, Stefanutto foi questionado se já havia se encontrado com Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, que está preso e é acusado de operar o esquema dos desvios. Ele negou ter recebido o Careca, mas afirmou já tê-lo encontrado durante um evento em Manaus (AM).
” (…) nunca foi pelo menos no INSS, eu não recebi (…) nenhuma vez. O senhor Camilo, em um evento que esteve em Manaus, em que havia lá o ministro André, tava da Pesca e outros ministros, estava lá e eu fui apresentado a ele”, respondeu.
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta segunda-feira (13), um habeas corpus a Stefanutto, garantindo-lhe o direito de permanecer em silêncio durante o depoimento. Ele foi afastado do cargo, por decisão da Justiça, assim que a CGU (Controladoria-Geral da União) e a PF (Polícia Federal) deflagraram operação contra um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Em seguida, ele foi demitido.
Segundo a PF, entidades que representavam aposentados e pensionistas descontaram irregularmente parte de mensalidades associativas aplicadas sobre benefícios previdenciários. As entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024, pelos cálculos dos investigadores.