Spotify endurece regras e combate músicas geradas por IA; veja as mudanças
Spotify lança sistema para identificar e combater ‘músicas spam’ que geram royalties fraudulentos.

Spotify Reforça Regras para Músicas Geradas por Inteligência Artificial
O Spotify anunciou medidas mais rigorosas para músicas criadas por inteligência artificial, buscando combater fraudes e garantir a transparência na plataforma. Charlie Hellman, vice-presidente e chefe de produto musical da empresa, e Sam Duboff, responsável pela política regulatória, detalharam as novas diretrizes.
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Agora, o serviço identificará “músicas spam“, como são chamadas faixas sem qualidade criadas apenas para gerar royalties de forma fraudulenta. A plataforma também rotulará canções geradas por IA e impedirá a recriação de vozes de artistas sem autorização. A problemática já existia, com discussões se intensificando devido à sofisticação da inteligência artificial. No mês passado, o Estadão conversou com especialistas sobre o avanço da ferramenta e como músicas artificialmente criadas poderiam agradar ao cérebro por meio de padrões repetitivos. O Spotify não tinha recursos para indicar músicas feitas por IA, optando por não participar da reportagem.
Novas Medidas para Combater Fraudes e Garantir Transparência
As principais atualizações na plataforma incluem:
- * **Divulgação de IA nos créditos musicais:** O Spotify está apoiando um novo padrão criado pela empresa DDEX, que organiza internacionalmente os padrões de créditos musicais. Se uma faixa incluir vocais gerados por IA, instrumentação de IA ou pós-produção assistida por IA, essa informação será exibida nos créditos da plataforma ou de outros serviços que utilizam o padrão DDEX. Mais de 15 selos e distribuidores musicais já se comprometeram a divulgar créditos de músicas feitas com IA.
* **Novo filtro de spam para músicas:** O Spotify implementará um filtro para identificar músicas que usaram táticas de IA para uploads em massa, criação de duplicatas e manipulação de buscas. Faixas identificadas serão impedidas de serem recomendadas no streaming e, consequentemente, de serem monetizadas.
* **Proteções mais fortes contra personificação:** O Spotify identificará e removerá clones de voz feitos por IA não autorizados, deepfakes ou qualquer recurso que gere uma réplica da voz de artistas. A plataforma já trabalha com servidores que realizam testes para barrar esse tipo de conteúdo antes que ele chegue às plataformas de streaming.
Casos Notáveis e o Debate em Curso
A situação se torna ainda mais complexa com casos como a banda fictícia The Velvet Sundown, que ascendeu repentinamente com músicas geradas por IA. Apesar das críticas, a canção “Dust in the Wind” acumulou 3 milhões de reproduções. Charlie e Sam afirmaram que refletiram sobre a situação da banda e não deram indícios de que pretendem remover as músicas do catálogo do streaming, devido à descrição clara da banda como gerada por IA na bio do Spotify. Se grupos usarem IA de forma autêntica e transparente, isso é aceitável, mas se alguém não creditar o conteúdo como IA, isso é uma questão diferente.
Além disso, o caso da “cantora” Tocanna, gerada por inteligência artificial, gerou grande repercussão nas redes sociais. A “artista” fictícia, inspirada em um tucano, viralizou com a música “São Paulo”, que faz uma paródia explícita de “Empire State Of Mind”. Após o caso, o criador publicou um “pronunciamento” de Tocanna no Instagram, destacando que a “cantora” foi a primeira cantora de origem animal a ser indicada ao Grammy e a primeira a assumir o cargo de embaixadora da ONU.
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- *Com informações do Estadão Conteúdo*