Silvio Tendler, conhecido como amigo do MST, receberá homenagens dos sem-terra e terá velório no domingo (7)

O artista produziu mais de 100 obras, incluindo ícones do cinema nacional, como o filme de Getúlio Vargas, que alcançou mais de um milhão de espectadores.

06/09/2025 10:24

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Silvio Tendler, conhecido como amigo do MST, receberá homenagens dos sem-terra e terá velório no domingo (7)
(Imagem de reprodução da internet).

Considerava-se como “cineasta dos vencidos” ou “dos sonhos interrompidos”. A pesquisadora Ana Chã, membro do Coletivo Nacional de Cultura do MST, define o legado de Silvio Tendler como “cineasta da utopia”.

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O cineasta faleceu aos 75 anos na sexta-feira (5), vítima de uma infecção generalizada.

A cerimônia está agendada para as 11h deste domingo (7), no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro.

Tendler desenvolveu mais de 100 obras, diversas delas reconhecidas em âmbito nacional, incluindo documentários sobre Carlos Marighella, JK, Josué de Castro e João Goulart. Este último, lançado em 1984, atraiu mais de um milhão de espectadores aos cinemas, constituindo até o momento uma das maiores bilheterias do país.

Além de apresentar personalidades marcantes, Tendler detalhou aspectos do dia a dia da população, defende Ana Chã.

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Por baixo, sempre se tratou de dar espaço àqueles que não possuíam voz, projetar a imagem daqueles que não se destacavam como protagonistas.

O Silvio Tendler, para além de grande documentarista brasileiro, era amigo do MST de longa data, desses amigos que estavam juntos em todas as ocasiões, de apoiar, de prestar solidariedade. Os documentários dele estavam na lista de filmes a assistir, na ementa de uma série de disciplinas dos nossos cursos, sejam eles cursos formais, ou então os cursos de formação política, de militantes, de dirigentes da nossa base.

Tendler desenvolveu diversas obras acerca da disputa por terras, incluindo O Veneno Está na Mesa, publicado em 2011, que integra uma trilogia de longas-metragens sobre o assunto.

Não saberia afirmar, mas foram utilizados diversas vezes em nossos cineclubes, em nossos cinemas itinerantes, em instituições de formação. Há 15 anos ele vinha denunciando essa relação com a saúde e sobre essa perda de soberania, pois são todas empresas transnacionais que estão controlando a agricultura brasileira e muito além do que nos vendem como agricultura, como venenos e fertilizantes, mas de maneira própria de trabalhar a agricultura, lembra Ana Chã.

Na sua página, o MST se despediu do cineasta, afirmando que ele “foi um dos maiores cineastas brasileiros, sempre aliado às lutas da classe trabalhadora”. “Silvio nos deixa, mas seu legado seguirá eterno. Suas obras continuarão sendo arma de luta e resistência do povo brasileiro. Enquanto MST, assumimos o compromisso de zelarmos por sua história, suas obras e construindo essa arte que Silvio tão bem defendeu.”

Fonte por: Brasil de Fato

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