A definição do futuro da Presidência do Chile, entre 2026 e 2030, será adiada por um mês. Jeannette Jara, representando a coalizão de esquerda, e José Kast, do Partido Republicano, avançaram para o segundo turno após liderarem as eleições de domingo (16).

Com 99,6% das urnas apuradas até por volta das 18h desta segunda-feira (17), Jara obteve 26,9% dos votos e Kast, 23,9%, conforme dados preliminares do Serviço Eleitoral do Chile (Servel).

Um levantamento da Plaza Pública Cadem, divulgado no final de outubro, previa que Jara receberia 30% dos votos e Kast 22%. No entanto, os resultados eleitorais de domingo indicaram uma mudança nesse cenário, com Jara ficando abaixo da expectativa e Kast superando-a.

A disputa entre os dois candidatos é marcada por uma fragmentação dos votos e pela representação de polos opostos do espectro político. Analistas apontam que a participação de oito candidatos dificultou a obtenção de votos suficientes para vencer no primeiro turno, com mais da metade dos votos distribuídos entre os concorrentes.

O segundo turno será crucial para determinar o futuro político do Chile. Os candidatos precisarão demonstrar capacidade de abordar as principais preocupações dos eleitores, incluindo a segurança pública, a imigração e a economia. A segurança pública tem sido uma questão urgente, com um aumento de 10,8% nas vítimas de crimes entre 2023 e 2024, e o crescimento econômico de apenas 2,6% em 2024, insuficiente para gerar empregos e melhorar o padrão de vida.

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Especialistas destacam a importância da capacidade dos candidatos de responder às demandas da população. Luz Araceli González, professora de Relações Internacionais do Tecnológico de Monterrey, observou que o Chile está vivenciando uma polarização política, refletindo a desilusão com modelos democráticos e econômicos, bem como a ascensão de governos de esquerda com promessas não cumpridas.