Samuel Pessôa critica ajuste fiscal e discurso de Haddad sobre gestão passada
Pesquisador do BTG Pactual e do Ibre-FGV critica o ministro da Fazenda, apontando “constrangimento” na busca por responsabilidade em administrações passadas, di…

Crítico Aponta Seleto Diagnóstico da Situação Fiscal
O pesquisador do BTG Pactual e do Ibre-FGV, Samuel Pessôa, apresentou críticas ao discurso fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro tem atribuído a deterioração da situação fiscal a gastos excessivos decorrentes de decisões legislativas de governos anteriores, especificamente sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu ministro da Economia, Paulo Guedes.
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Em declarações no programa ‘WW Especial’ da CNN, Pessôa questionou a narrativa do ministro, destacando uma “certa seletividade” no diagnóstico. O pesquisador ressaltou que, embora Haddad atribua a responsabilidade ao governo anterior, o Partido dos Trabalhadores e a esquerda votaram a favor das medidas em questão, e o ex-presidente Lula poderia ter tentado desfazer parte delas.
Pessôa também apontou que o governo atual se beneficia de ações fiscais positivas do mandato anterior, como a redução do gasto com pessoal de um ponto percentual do Produto Interno Bruto, medida que continua sendo mantida pelo governo Lula.
Análise Histórica e Responsabilidade de Longo Prazo
A crítica mais abrangente de Pessôa se concentra na responsabilidade de longo prazo do PT na gestão fiscal do país. Ele destaca que, considerando o ano que vem, o PT terá gerenciado a economia brasileira por 70% do tempo nos últimos 22 anos, desde a saída de Fernando Henrique Cardoso.
O pesquisador calculou uma deterioração fiscal de 5,5 pontos percentuais do déficit primário atribuída à gestão petista, comparando o superávit primário estrutural de 2% do PIB deixado por FHC com o déficit de 1,5% quando Dilma Rousseff assumiu o comando.
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Pessôa ressaltou que o gasto tributário, que Haddad tem criticado com razão, subiu de 2% do PIB quando FHC saiu para 6% quando Dilma passou o bastão a Temer.
Conclusão: Uma Situação Complexa
Ao somar o agravamento do déficit primário e o aumento do gasto tributário, Pessôa chegou a um cálculo de deterioração fiscal que ele atribui à gestão do PT. O analista conclui que o esforço de Haddad para localizar a culpa em terceiros está se tornando insustentável.
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