Samuel Pessôa afirma: “Metade da dívida é herança, metade é fruto do governo”
Samuel Pessoa, do FGV Ibre, investiga dívida pública e critica decisões do governo na formação da dívida brasileira.

Aumento da Dívida Pública Brasileira
A dívida pública brasileira deverá alcançar 83% do Produto Interno Bruto (PIB) durante o atual mandato, representando um aumento de 11 pontos percentuais em relação aos 72% iniciais. Essa projeção, segundo analistas, é resultado de fatores tanto históricos quanto das decisões recentes do governo, conforme destacado por Samuel Pessôa, pesquisador associado do FGV Ibre, em entrevista à CNN Money.
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Dinâmicas por Trás do Aumento
Pessôa explicou que o aumento do endividamento pode ser atribuído a duas principais dinâmicas. A primeira está relacionada ao incremento do gasto público, decorrente da emenda constitucional da transição. A segunda envolve a retomada de políticas como a reindexação do salário mínimo real e a vinculação dos gastos mínimos de saúde e educação à receita corrente líquida.
Heranças de Governos Anteriores
O pesquisador ressaltou que as mudanças nos critérios de elegibilidade para o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e as alterações nas contrapartidas da União para o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica) também contribuíram para o aumento da dívida. Essas medidas resultaram em um incremento de aproximadamente R$ 70 bilhões nas despesas para o próximo ano.
Impactos e Projeções Futuras
Pessôa observou que “metade é herança e metade são decisões do atual governo”. Ele também apontou que a decisão de aumentar os gastos públicos no início do mandato atual contribuiu para uma economia com inflação de serviços após dois anos, um cenário incomum que geralmente ocorre ao contrário. Como consequência, o ciclo de juros se alongou, mantendo a taxa Selic em patamares elevados.
Para o próximo ano, o pesquisador projeta um crescimento mais moderado nos gastos primários do governo federal, com um aumento de 3% em 2026, em comparação com os 9% de 2023 e os 6% de 2024.
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