Governo aumenta salário mínimo para R$ 1.621 em 2026. Confirmação do Ministério do Planejamento e Dieese. Novo valor entra em vigor em fevereiro.
O governo estabeleceu o salário mínimo para 2026 em R$ 1.621, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União e confirmado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. A nova remuneração entrará em vigor a partir de 1º de janeiro, sendo paga na folha de fevereiro, substituindo o valor anterior de R$ 1.518.
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O valor diário do salário mínimo será de R$ 54,04, enquanto o valor por hora trabalhada será de R$ 7,37, considerando uma jornada de trabalho legal de 44 horas semanais.
O reajuste do salário mínimo segue a Política de Valorização, retomada em 2023 e aprovada pelo Congresso. Essa política determina que o piso seja corrigido pela inflação medida pelo INPC acumulado em 12 meses até novembro, somada ao crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.
Para o ano de 2026, o cálculo considerou uma inflação de 4,4% até novembro de 2025 e um crescimento do PIB de 2024 de 3,4%. No entanto, o arcabouço fiscal estabelece um limite de crescimento real entre 0,6% e 2,5%.
O valor técnico chegou a R$ 1.620,99 e foi arredondado para R$ 1.621, conforme a legislação vigente.
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O salário mínimo afeta diretamente 59,9 milhões de trabalhadores no Brasil, segundo estimativas do Dieese, além de influenciar benefícios assistenciais como o BPC.
Ele também impacta contratos de trabalho, seguros-desemprego e pisos salariais em acordos coletivos.
O Dieese estima que uma família de quatro pessoas necessitaria de um salário de aproximadamente R$ 7.067,18 em novembro de 2025, considerando gastos com alimentação, moradia, saúde, educação, transporte, vestuário, higiene e lazer, além das contribuições previdenciárias.
Este valor é cerca de cinco vezes maior que o salário mínimo oficial, evidenciando a distância entre o piso legal e o custo de vida.
O salário mínimo de R$ 1.518 em 2025 gerou um acréscimo de R$ 81,5 bilhões na renda da economia e R$ 43,9 bilhões em arrecadação tributária sobre o consumo. A alta propensão ao consumo das famílias que recebem até o piso contribui para esse efeito.
Com o aumento para R$ 1.621, a tendência é de manutenção desse efeito multiplicador, ainda que dentro dos limites impostos pela política fiscal.
Nos últimos dez anos, o salário mínimo passou de R$ 788, em 2015, para R$ 1.621 em 2026. Em 2015, o Dieese apontou que o valor representava o maior salário mínimo real desde 1983, com ganho real acumulado de 76,54% desde 2002.
Apesar da evolução nominal, a entidade avalia que, historicamente, o piso permanece insuficiente para cobrir as necessidades básicas das famílias brasileiras, cenário já presente em 2005, quando o salário mínimo era de R$ 300 e o valor considerado necessário superava R$ 1.500.
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