A relação entre o governo federal e o Congresso Nacional já se deteriorava, e essa situação pode se agravar com o ingresso dos partidos União Brasil e Progressistas, inclusive com a designação de ministérios. Em agosto, as duas legendas formaram a federação União Brasil Progressista, unindo 109 parlamentares na Câmara dos Deputados, e tornando-se a maior bancada do parlamento.
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O PL comanda o Ministério do Esporte, com Andrê Fufuca. Já o União Brasil tem Celso Sabino no Turismo, Waldez Gónges no Desenvolvimento Regional, e Frederico Siqueira nas Comunicações. Esses dois últimos seriam poupados das mudanças, por não pertencerem à cota nacional desses partidos. No caso de Siqueira, ele é indicação direta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Na avaliação do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), a situação ficará ainda mais complexa no relacionamento entre o Executivo e o Legislativo. “Torna-se mais desafiador a construção da base do governo no Congresso Nacional com a formalização da saída da base. Evidente que se sabe que o apoio ao governo era algo variável, dependendo da matéria. Mas, quando formalmente um partido se coloca fora da base, isso exigirá mais do governo para tentar atrair um percentual maior de parlamentares apoiando-o. Eu diria que torna o cenário mais desafiador”, avalia.
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A deputada Talíria Petrone, líder do Psol na Câmara, recorda que, desde o início do atual governo, esses partidos apresentaram inúmeras demonstrações de deslealdade com o governo.
Em três anos, a participação desses partidos nos ministérios não foi suficiente para evitar que eles frequentemente estivessem aliados com a oposição ao governo e criassem dificuldades para as medidas populares que o governo tentou implementar, avalia a parlamentar.
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O líder do governo na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), acredita que não haverá grandes alterações em relação à composição da base, e defende que a esquerda faça uma contraposição de pautas no Congresso, reafirmando suas prioridades.
Se examina as votações que se confrontam na Câmara dos Deputados, o fato é que uma parcela desses partidos já votava como oposição, outra parte vota como governo. Necessário aprofundar o debate para continuar mantendo próximos do governo os parlamentares, sobretudo das regiões onde o presidente está bem posicionado e que sempre deram base ao nosso governo.
Farias afirmou que não há espaço para ameaças, e que os partidos que desejarem deixar, devem fazê-lo o mais rápido possível. “Aqui é muito claro, quem quiser sair tem que sair, o governo tem que recompor sua base, tem que ter uma relação para valer. Então não tem que ficar ameaçando sair, tem que sair. Entregue o cargo, o governo recompõe”, declarou o parlamentar.
Fonte por: Brasil de Fato
