Neurocientista Grégoire Courtine, com apoio da Iniciativa Perpetual Planet da Rolex, inova com solução que combina implantes cerebrais, IA e estimulação da medu…
Cerca de 20 milhões de pessoas em todo o mundo convivem diariamente com lesões medulares, muitas vezes resultando em paralisia. A pesquisa liderada pelo neurocientista franco-suíço, Dr. Courtine, da École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), busca transformar essa realidade.
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O objetivo é restaurar a mobilidade em pacientes com lesões medulares, impulsionado por uma abordagem inovadora que combina implantes cerebrais, inteligência artificial e estimulação elétrica da medula.
Um marco crucial nesse projeto foi a colaboração com o holandês Gert-Jan Oskam, que sofreu um acidente de bicicleta em 2011. Em 2023, ele se tornou o primeiro paciente a receber os dois implantes – um no cérebro e outro na medula. Após a cirurgia, Oksam demonstrou a capacidade de mover um avatar digital com o pensamento e, em seguida, começou a movimentar suas pernas, conseguindo andar em casa com segurança.
O tratamento está em constante evolução, com uma intervenção cirúrgica programada para outubro, visando a instalação de uma nova tecnologia.
A jornada de Courtine foi profundamente influenciada por Christopher Reeve, o ator de Superman, que também convive com paralisia. Durante seu período na UCLA, Courtine trabalhou com a fundação de Reeve, observando o impacto da condição do ator. Essa experiência serviu como um forte incentivo para dedicar sua pesquisa à luta contra a paralisia, impulsionando sua ambição de criar soluções inovadoras.
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Inicialmente, Courtine desenvolveu a Estimulação Elétrica Epidural (EEE), que utiliza impulsos elétricos direcionados à medula espinhal para reativar os músculos. Em 2021, o paciente italiano Michel Roccati, com lesão completa, recuperou a capacidade de andar com o auxílio da EEE e extensa reabilitação.
A evolução dessa pesquisa levou ao desenvolvimento da “ponte digital”, um sistema que conecta diretamente os pensamentos aos movimentos. Essa tecnologia utiliza um implante cerebral para captar os sinais de intenção de movimento, que são processados por um sistema de inteligência artificial (Brain GPT) e enviados para um segundo implante na medula (Spine GPT), que traduz os comandos em estímulos físicos.
Apesar do progresso, a tecnologia ainda enfrenta desafios, como o alto custo e a necessidade de reabilitação intensiva. Courtine acredita que o acesso à tecnologia será inicialmente restrito a países desenvolvidos, mas espera que os custos diminuam com o tempo.
A pesquisa também está sendo expandida para outras condições, como Parkinson e AVC. O Dr. Courtine enfatiza que, embora não seja uma cura, essa abordagem representa o início de um caminho promissor, resumindo sua filosofia com a frase: “Não se faz o possível sem acreditar no impossível”.
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