Rodrigo Morgado é preso pela segunda vez; já foi alvo da Operação Narco Vela, iniciada em abril. A Polícia Federal intensifica investigação.
A Justiça Federal decidiu manter o contador Rodrigo de Paula Morgado sob prisão preventiva, suspeito de lavar dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC). A decisão ocorreu após a sua segunda prisão, que veio como consequência da Operação Narco Vela, deflagrada em abril, e que investigava o tráfico de cocaína do PCC para a Europa. A primeira vez que Morgado foi preso ocorreu na Operação Narco Bet.
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O advogado Filipe Pires de Campos, representante do contador, entrou com um novo pedido de liberdade, alegando a primariedade de Morgado, seu endereço fixo e a existência de filhos menores de idade. Ele também ressaltou que a primeira fase da investigação causou a demissão de dezenas de funcionários, o que, segundo o advogado, torna urgente a soltura para que ele possa cuidar dos negócios. A juíza Raecler Baldresca, da TRF3, considerou a manutenção da prisão necessária para aprofundar as investigações, evitando interferências e fuga, devido à “gravidade” dos crimes sob investigação e à “estrutura sofisticada e atuação interestadual” da organização criminosa.
A juíza Raecler Baldresca também destacou o “elevado poder econômico” dos investigados, que, na avaliação da magistrada, “proporciona a formação de uma rede de corrupção com inequívoco poder para embaraçar o aprofundamento das investigações, possibilitar a evasão do território nacional, comprometer futura possível ação penal a ser intentada, e eventual aplicação da lei penal”. A decisão foi reiterada pelo juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5ª Vara Federal de Santos, que considerou a prisão “imprescindível” para resguardar o inquérito e impedir a reiteração dos crimes.
Os rendimentos declarados de Morgado passaram de R$ 295 mil em 2022 para R$ 7,9 milhões em 2023, uma variação patrimonial considerada atípica pelos investigadores. Ele também estaria por trás de centenas de transações suspeitas envolvendo empresas de fachada e casas de apostas. A Polícia Federal chegou ao contador após mapear os envolvidos na compra do veleiro Lobo IV, apreendido com três toneladas de cocaína pela Marinha dos EUA na costa africana, em 2023.
Rodrigo de Paula Morgado nega categoricamente todas as acusações que lhe foram imputadas, apresentando milhares de documentos fiscais, contábeis e outros registros que comprovam o exercício regular e lícito de suas atividades profissionais. A defesa permanece confiante de que, com o avanço das investigações e a análise técnica do processo, a verdade será restabelecida e a inocência do Sr. Rodrigo Morgado reconhecida.
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